A Celepar já possui uma cópia do Gerenciador de Bancos de Dados ACCESS. O Microsoft ACCESS é um sistema de Banco de Dados que apresenta um novo conceito de construção de sistemas, que é a Programação Orientada a Eventos, seguindo a filosofia do ambiente operacional Windows.
UM BREVE HISTÓRICO:
A história de sistemas de bancos de dados para computadores pessoais começou com o surgimento de linguagens de programação para estas máquinas, como o COBOL, já bastante popular em máquinas de médio e grande porte. O COBOL, porém, devido a suas limitações de recursos, principalmente de interface, exigia muito tempo para desenvolvimento e para manutenção de sistemas, tornando assim o custo dos projetos altos.
Na década de 80, surgiu o dBase, que era um sistema de desenvolvimento muito mais simples, e com mais recursos, proporcionando maior produtividade às equipes de desenvolvimento, e graças a isto, tornou-se best-seller em banco de dados para computadores pessoais. O dBase, porém, não gerava aplicações executáveis, o que dificultou sua penetração no desenvolvimento de aplicações comerciais. Aproveitando este espaço deixado pelo dBase, surgiu então o CLIPPER, um compilador para o dBase, que em pouco tempo dominou esta fatia do mercado.
Com o surgimento do conceito de Programação Orientada a Objetos, e com a grande popularidade do ambiente operacional Windows, não era difícil prever em que direção seria a evolução dos sistemas de bancos de dados para PC.
Após a popularização de editores de texto e planilhas eletrônicas para o ambiente Windows, surgiram então os Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados "for Windows".
O ACCESS é um banco de dados para Windows, que tem como principal característica tornar fácil o uso de poderosos recursos, permitir que você trabalhe virtualmente em qualquer formato de banco de dados, e contar com uma extraordinária ajuda ao aprendizado. É um banco de dados que permite a realização de trabalhos pesados sem esforço.
O ACCESS, seguindo a linha do Windows, possibilita que se trabalhe com o conceito de Programação Orientada a Eventos. A programação Orientada a Eventos é uma nova filosofia de programação onde o programa é composto basicamente por: interfaces, rotinas da aplicação e rotinas de apoio (bibliotecas). Neste caso, os eventos são relacionados a determinadas ações, que podem ser: O usuário pressionando alguma tecla específica ou selecionando alguma opção com o mouse (como um botão ou um item na barra de menu), mensagem vinda de outro processo, interrupção de hardware, e outros. A chamada dos eventos é controlada pelas interfaces.
CARACTERÍSTICAS DO ACCESS
O ACCESS apresenta o conceito de Consultas por Exemplo, onde você tem acesso rápido a qualquer informação. A seleção de seus dados é feita de forma visual: com o auxílio do mouse, você arrasta e posiciona tabelas, associa campos e especifica os critérios desejados. Se desejar, pode selecionar seus dados, opcionalmente, com comandos SQL.
Para um acesso aos dados de forma mais rica, o ACCESS conta com o conceito de Formulários, que são ambientes de apresentação e entradas de dados. Estes formulários são montados empregando-se as ferramentas visuais específicas do software. Em poucos minutos, você cria seu formulário, tendo apenas que arrastar e posicionar os campos no layout e aplicar as fontes e cores desejadas. Enquanto você estiver trabalhando em seu formulário, é possível classificar e limitar os dados através de filtros.
Para a apresentação e impressão de dados de forma sofisticada, o ACCESS conta com o conceito de Relatórios, que são capazes de: criar cabeçalhos e rodapés em páginas e no relatório, calcular percentagens de totais e posicioná-las em qualquer parte do relatório, executar formatações complexas com layouts de múltiplas colunas e conferir excelente qualidade de apresentação sendo possível a inserção de logotipos, figuras, gráficos e qualquer outro tipo de objeto OLE.
Para a execução de tarefas repetitivas de bancos de dados, o ACCESS conta com as Macros, que é um modelo de programação onde são selecionadas as ações que devem ser executadas. (Uma relação "grosseira" das macros com o código de programa ACCESS BASIC no ambiente ACCESS-Windows é que elas estariam uma para a outra assim como estão um código de programa e um arquivo de lote (.bat) no ambiente DOS.)
Os usuários do ACCESS contam com o auxílio dos Assistentes de Formulários e Assistentes de Relatório que ajudam a realizar operações com bancos de dados, que normalmente levariam horas, em poucos minutos.
O ACCESS possui uma poderosa linguagem de programação capaz de realizar além das instruções tradicionais como: atribuição de valores a variáveis, operações lógicas e aritméticas, testes de condições, laços de repetição, etc. O ACCESS BASIC possibilita acesso mais robusto às informações de seus próprios bancos de dados, aos servidores de objetos e permite a execução de funções das bibliotecas do Windows. O ACCESS BASIC encontra-se em um ambiente de desenvolvimento integrado onde é possível editar programas, ter acesso a um help on-line sensível ao contexto que permite a você encontrar soluções com agilidade, além de um conjunto completo de ferramentas de depuração (debugging), e a possibilidade de definição de Breakpoints, além de execuções passo a passo.
Estão também presentes no ACCESS os Consultores, que podem trabalhar simultaneamente ao seu trabalho de desenvolvimento, permitindo que você se familiarize com o sistema enquanto trabalha.
CONSIDERAÇÕES:
Trabalhando-se com o ACCESS, suas bases de dados construídas sobre outros softwares de banco de dados não estarão perdidas, pois o ACCESS permite importação e exportação de arquivos dBaseIII, dBase IV, Paradox 3.0 e 3.5 e Btrieve. Tabelas que estejam sendo utilizadas por outras aplicações, como por exemplo uma tabela .dbf sendo usada em um programa CLIPPER, podem ser anexadas a aplicações em ACCESS, e serem tratados em multiplataforma; sendo assim, os dados podem ser utilizados por qualquer uma das aplicações, tanto ACCESS quanto CLIPPER.
O ACCESS permite também importação de dados de outros formatos como Fox Pro, EXCEL, Lotus 123 e arquivos ASCII; sendo assim, é possível que uma planilha eletrônica seja ligada dinamicamente a um banco de dados e, a cada consulta ao banco de dados, as informações referentes a uma determinada planilha, que estão ligadas, estarão sempre atualizadas. Em resumo, o que isto significa: Tem-se um banco de dados que possua muitas informações numéricas e que estas informações são editadas e calculadas primeiramente em uma planilha eletrônica EXCEL, e esta planilha é atualizada a todo instante. É possível, então, que um outro membro da equipe tenha acesso a determinadas informações que estão em certos campos da planilha e às demais informações sobre o banco de dados ao qual esta planilha está relacionada, sem a necessidade deste entrar no EXCEL em nenhum instante, e sem a necessidade de alguém digitar os dados da planilha no banco de dados. Eles estão ligados dinamicamente.
O ACCESS traz como inovação a possibilidade de definir um determinado campo de banco de dados como OLE (Object Linking and Enbendding do Windows), podendo ser guardados neste campo quaisquer dados suportados pelo servidor de objetos do Windows, que estiver em execução (isto muda para cada configuração de Windows, dependendo dos servidores de objeto instalados; em caso de dúvida, execute a partir do Gerenciador de Programas o REGEDIT.EXE), havendo assim suporte para Multimídia, desde que haja servidores de objetos adequados.
ARQUITETURA DO ACCESS:
O ACCESS, devido a sua arquitetura versátil, pode trabalhar das seguintes formas:
. Como banco de dados independente.
. Em uma configuração de servidor de arquivos.
. Como cliente (front-end) para um servidor de banco de dados com associações diretas ao Microsoft SQL Server.
O ACCESS pode acessar e modificar dados em outros formatos, de Pcs a Servidores de Bancos de Dados e, graças à tecnologia ODBC (Open DataBase Conectivity), mais drivers para outros SGBD (Oracle, DB2, Rdb, AS/400, Teradata e outros) estão em desenvolvimento e devem estar disponíveis, segundo anúncios do fornecedor, ainda em 1993.
- PC 386SX ou superior.
- Memória RAM 2MBytes (recomendável 4MBytes).
- Espaço livre em disco rígido 8MBytes (recomendável 14MBytes)
- Monitor de Vídeo EGA ou superior.
- Dispositivo Mouse ou compatível.
CAPACIDADES DO ACCESS:
- 32.768 tabelas em um banco de dados.
- 254 tabelas podem ser abertas simultaneamente.
- 255 campos por registro.
- 16 tabelas em uma única consulta.
- 30 níveis de busca entrelaçadas.
- Sem limite de número de Formulários ou Relatórios integrados em outros.
- 65.536 páginas impressas em um relatório.
- 128 Mbytes é o tamanho máximo do banco de dados, com previsão de 1 Gbytes para a versão 1.1 que já está em desenvolvimento.
REDES COMPATÍVEIS COM O ACCESS
- Microsoft Lan Manager
- Microsoft Windows for Workgroups
- Novell NetWare
- Banyan VINES
- Outros sistemas de rede compatíveis com Windows.
FINALMENTE:
Um breve resumo do processo de desenvolvimento de uma aplicação em ACCESS:
Uma vez especificada a aplicação, alguns passos então devem ser realizados:
1) Criar as tabelas com os dados;
2) Selecionar as informações desejadas (campos e condições), através de consultas;
3) Criar relatórios para entrada e consulta de dados;/
4) Criar formulários para apresentação e impressão de dados;
5) Criar Macros para controlar e automatizar as seqüências de eventos;
6) Criar funções em ACCESS BASIC, se necessário, para controle do banco de dados e do ambiente do usuário;
7) Fazer as devidas adaptações do pacote desenvolvido ao ambiente de produção (definição dos grupos de trabalho, permissões, plataformas, ...).
Já se encontra na GPT, em fase experimental, uma aplicação desenvolvida em ACCESS, para controle das Ordens de Serviço Internas, responsável também pelas faturas dos clientes da GPT. A aplicação é "for Windows", e quando estiver disponível no mercado a versão run-time do ACCESS (promessa do fabricante ainda para 1993) poderá rodar em qualquer máquina PC com Windows.
Esta nova filosofia de sistemas gerenciadores de bancos de dados traz como principais benefícios a seus usuários:
. Qualidade: tanto no item de interface com o usuário, como nos itens de segurança e consistência dos dados.
. Produtividade: Os tempos de desenvolvimento e manutenção devem baixar significativamente comparados com as linguagens estruturadas tradicionais para ambiente DOS, não podendo deixar de se observar a possibilidade de aproveitamento das bases de dados geradas por outros produtos.
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