Administração participativa e participação nos resultados
Autores: Clarice Mieko Matsubara e Ivan de Barros Ravedutti
PAINEL
PAINELISTAS: José Ayres Lopes (Nitroquímica) Walter Barelli (consultor)
José Ayres Lopes
Formas de Participação dos Empregados:
1.Na gestão de negócios
2.Nas decisões de trabalho
3.Nos lucros ou resultados
1 – Participação na gestão de negócios
No Brasil encontramos experiências de participação dos empregados nas decisões de trabalho e nos lucros. A participação dos empregados na gestão dos negócios está longe da realidade empresarial e sua aplicação não é representativa. Está atrelada apenas às teorias de Owen, Le Blanc, Proudon etc.
2 – Participação nas decisões de trabalho
A administração participativa é vista como saída para resolver os problemas de eficiência e sobrevive das empresas. Existe um hiato entre o pensamento estratégico da Direção e a compreensão e prática da operação.
O objetivo é trazer quanto ao trabalho para a operação. Tornar a base do organograma mais ampliada (eliminar hierarquias médias) reduz este hiato, produzindo mais fluidez na comunicação. Hoje temos de 3 a 5 níveis hierárquicos nas empresas.
Para o contexto tornar-se favorável à gestão Participativa é necessário:
- mais conscientização reivindicatória;
- mais participação do sindicato;
- mais conscientização liberal.
Problema que surgem com a Gestão Participativa:
- substituir a “ lei de Gerson” pela valorização do trabalho;
- gerentes e chefes se sentem enfraquecidos;
- lentidão no processo decisório;
- geração de tensão e insegurança pelo rompimento da cultura anterior.
A gestão participativa não se implanta suavemente. Nunca pode ser artificial (que o acordo obrigue, que a lei obrigue, que o gerente queira); deve nascer do debate de instituir algo duradouro.
O perigo do retrocesso acompanha em todos os momentos a administração da Gestão Participativa.
3 – Participação nos lucros ou resultados
- Decorre das participações nas decisões de trabalho.
- É uma recompensa.
- Deve servir para motivar o alcance de uma meta.
- Deve ter uma construção para dar continuidade a esta motivação.
Se a participação nos lucros ou resultados se transformar em algo burocrático, está fadada ao insucesso. Os empregados passam a contar com tal participação como líquida e certa, pois independe da performance da empresa.
É diferente quando a participação orienta o comportamento para buscar resultados e a empresa, conseguindo tais resultados, recompensa o empregado com diferentes percentuais de participação.
A participação nos lucros ou resultados não pode ser feita com pressa. Tem que haver convencimento de que se pode instituir e sustentar o programa.
Observações Finais
Participação não pode ser faz-de-conta. Pressupõe transparência de informações: exatidão, disponibilidade e oportunidade.
Walter Barelli:(Visão do trabalhador)
A informática em sua visão inicial como tecnologia de ponta que aumentaria a produtividade do trabalho, rompeu com o modelo tradicional (FORD), que tinha pessoas isoladas em atividades específicas. a reorganização administrativa e técnica da empresa se impõe pelo novo contexto tecnológico.
Questões sócio-econômicas de implantação de novas tecnologias:
1940 a 1960 trabalho 65% do PIB
1991 trabalho 38% do PIB
Este exemplo mostra uma experiência da nova tecnologia, o trabalho em termos de importância econômica é achatado. O analista terá mais controle do trabalho que a direção da empresa. A administração participativa seria uma conseqüência da tecnologia. Porém, isto não acontece; as relações de trabalho na informática são iguais às dos demais setores.
Conclusões
- As empresas e os sindicatos estão atrasados na relação organização x trabalho. Não aceitam discutir, embora os gerentes aceitem uma nova fórmula de organizar o trabalho. A CUT há quatro anos propõe o contrato coletivo de trabalho (não só salários). As federações negam-se a discutir. Japão, Alemanha, Itália, Suécia, Espanha, EUA e Canadá estão mudando para este novo conceito de administração participativa. O processo é sistêmico e depende de mudanças de ótica dos diretores.
O movimento Sindical Brasileiro é desorganizado pela crise, e também está atrasado.
1982 – Comissão de fábrica: Sindicato dentro da fábrica. Com a comissão de fábrica apareceu o que o apresentador chamou de “chuvisco de idéias” (processo contínuo) em contraposição ao “brainstorming” formal que era o sindicato.
Hoje – As comissões de fábrica foram barradas; não existem mais interlocutores para participação. É necessário um programa que envolva todos (sociedade, empresa, trabalhadores, sindicatos) e uma nova visão de democracia da sociedade. não há participação dos trabalhadores nem mecanismos de controle de gestão do país.
PAINEL
PAINELISTAS: José Ayres Lopes (Nitroquímica) Walter Barelli (consultor)
José Ayres Lopes
Formas de Participação dos Empregados:
1.Na gestão de negócios
2.Nas decisões de trabalho
3.Nos lucros ou resultados
1 – Participação na gestão de negócios
No Brasil encontramos experiências de participação dos empregados nas decisões de trabalho e nos lucros. A participação dos empregados na gestão dos negócios está longe da realidade empresarial e sua aplicação não é representativa. Está atrelada apenas às teorias de Owen, Le Blanc, Proudon etc.
2 – Participação nas decisões de trabalho
A administração participativa é vista como saída para resolver os problemas de eficiência e sobrevive das empresas. Existe um hiato entre o pensamento estratégico da Direção e a compreensão e prática da operação.
O objetivo é trazer quanto ao trabalho para a operação. Tornar a base do organograma mais ampliada (eliminar hierarquias médias) reduz este hiato, produzindo mais fluidez na comunicação. Hoje temos de 3 a 5 níveis hierárquicos nas empresas.
Para o contexto tornar-se favorável à gestão Participativa é necessário:
- mais conscientização reivindicatória;
- mais participação do sindicato;
- mais conscientização liberal.
Problema que surgem com a Gestão Participativa:
- substituir a “ lei de Gerson” pela valorização do trabalho;
- gerentes e chefes se sentem enfraquecidos;
- lentidão no processo decisório;
- geração de tensão e insegurança pelo rompimento da cultura anterior.
A gestão participativa não se implanta suavemente. Nunca pode ser artificial (que o acordo obrigue, que a lei obrigue, que o gerente queira); deve nascer do debate de instituir algo duradouro.
O perigo do retrocesso acompanha em todos os momentos a administração da Gestão Participativa.
3 – Participação nos lucros ou resultados
- Decorre das participações nas decisões de trabalho.
- É uma recompensa.
- Deve servir para motivar o alcance de uma meta.
- Deve ter uma construção para dar continuidade a esta motivação.
Se a participação nos lucros ou resultados se transformar em algo burocrático, está fadada ao insucesso. Os empregados passam a contar com tal participação como líquida e certa, pois independe da performance da empresa.
É diferente quando a participação orienta o comportamento para buscar resultados e a empresa, conseguindo tais resultados, recompensa o empregado com diferentes percentuais de participação.
A participação nos lucros ou resultados não pode ser feita com pressa. Tem que haver convencimento de que se pode instituir e sustentar o programa.
Observações Finais
Participação não pode ser faz-de-conta. Pressupõe transparência de informações: exatidão, disponibilidade e oportunidade.
Walter Barelli:(Visão do trabalhador)
A informática em sua visão inicial como tecnologia de ponta que aumentaria a produtividade do trabalho, rompeu com o modelo tradicional (FORD), que tinha pessoas isoladas em atividades específicas. a reorganização administrativa e técnica da empresa se impõe pelo novo contexto tecnológico.
Questões sócio-econômicas de implantação de novas tecnologias:
1940 a 1960 trabalho 65% do PIB
1991 trabalho 38% do PIB
Este exemplo mostra uma experiência da nova tecnologia, o trabalho em termos de importância econômica é achatado. O analista terá mais controle do trabalho que a direção da empresa. A administração participativa seria uma conseqüência da tecnologia. Porém, isto não acontece; as relações de trabalho na informática são iguais às dos demais setores.
Conclusões
- As empresas e os sindicatos estão atrasados na relação organização x trabalho. Não aceitam discutir, embora os gerentes aceitem uma nova fórmula de organizar o trabalho. A CUT há quatro anos propõe o contrato coletivo de trabalho (não só salários). As federações negam-se a discutir. Japão, Alemanha, Itália, Suécia, Espanha, EUA e Canadá estão mudando para este novo conceito de administração participativa. O processo é sistêmico e depende de mudanças de ótica dos diretores.
O movimento Sindical Brasileiro é desorganizado pela crise, e também está atrasado.
1982 – Comissão de fábrica: Sindicato dentro da fábrica. Com a comissão de fábrica apareceu o que o apresentador chamou de “chuvisco de idéias” (processo contínuo) em contraposição ao “brainstorming” formal que era o sindicato.
Hoje – As comissões de fábrica foram barradas; não existem mais interlocutores para participação. É necessário um programa que envolva todos (sociedade, empresa, trabalhadores, sindicatos) e uma nova visão de democracia da sociedade. não há participação dos trabalhadores nem mecanismos de controle de gestão do país.