Bug do ano 2000
Projeto ano 2000 na CELEPAR
Autor: Elmar Haas - GPS
Uma avaliação feita em 04 de janeiro
Passada a virada de ano e percebidos os primeiros sinais de superação das incompatibilidades técnicas ao processamento de datas além de 1999, já podemos avaliar o que foi este projeto, baseados na situação real que se apresenta.
O Projeto Ano 2000 da CELEPAR foi criado em outubro de 1996, sendo que nos dois primeiros anos foi dada uma ênfase maior à adequação dos ambientes computacionais e conversões de sistemas aplicativos. Destacam-se neste período a substituição de máquinas, elevação de nível do sistema operacional do mainframe e a conversão geral dos códigos fontes de sistemas. A boa produtividade nas conversões foi alcançada após a criação de uma rotina que realizava a duplicação automática de datas nas bases de dados, mantendo a compatibilidade entre as antigas e as novas representações. A metodologia adotada mostrou-se eficiente por permitir a gradualização das mudanças e a eliminação dos choques de compatibilidade entre sistemas. A criação de diversas ferramentas de apoio às conversões, moldadas conforme nossas necessidades específicas, tiveram papel decisivo neste processo. O serviço de conversão dos códigos fontes foi terceirizado. Os inventários, planejamentos, testes e reintegrações de sistemas foram conduzidos por recursos internos que detinham o conhecimento dos negócios atendidos.
Desde julho de 1999, quando foram concluídos os serviços de conversão de ambientes e sistemas na CELEPAR, os maiores esforços passaram a ser canalizados para a certificação das conversões realizadas e para a elaboração do Plano de Contingência da Empresa.
Para as certificações de ambientes computacionais e sistemas, foram criados "Ambientes 2000" no mainframe e em outras plataformas. No mainframe optou-se pela duplicação de todos os arquivos para o uso destes em testes com datas futuras. Os doze testes realizados aconteceram durante os finais de semana e feriados de outubro e novembro. Estes foram precedidos de paradas de máquina e novo IPL, quando os endereços passavam a apontar para estes arquivos de testes. Desta forma viabilizou-se a reprodução exata do ambiente de Produção e suas complexas conexões. Com um ambiente tão favorável, as certificações de hardware, software e aplicativos puderam ser realizadas com qualidade e boa produtividade. Além da virada de ano foram realizados testes em diversas datas como: primeiro dia útil, primeira virada de semana, primeira virada de mês, 29 de fevereiro e outras datas, inclusive a virada do ano 2001. Cada teste implicava na indisponibilidade dos sistemas aos usuários por períodos médios de 8 horas, negociadas com os diversos Órgãos da Administração Pública Estadual. Por sua familiaridade com os negócios atendidos, muitos destes usuários participaram ativamente destas validações. Ao final deste trabalho era sensível a confiança dos envolvidos nos resultados alcançados.
Embora confiantes, a elaboração do Plano de Contingência foi conduzida de forma a instruir a Empresa em como agir nas condições mais adversas. Na impossibilidade de conhecer-se a origem das possíveis falhas e tomar ações preventivas localizadas, a CELEPAR investiu na sua capacidade máxima de reação. Neste sentido destaca-se a suspensão de concessão de férias a seus funcionários durante o período de contingência, uma medida dura, absorvida com profissionalismo por seu quadro funcional.
Para a criação do Plano de Contingência da Empresa o fator prazo era a variável mais crítica. Logo após os estudos iniciais foi criado um Comitê de Contingência, formado por representantes das diversas áreas da empresa e encarregados de produzir os planos específicos em suas gerências e especializações. Esta estratégia permitiu o rápido envolvimento de um grande número de pessoas no processo e a conseqüente conscientização de todos. As numerosas contribuições com idéias, alternativas e percepção dos riscos envolvidos permitiu que o Plano de Contingência da Empresa representasse a consolidação das ações propostas por um amplo espectro de especialistas. Cada Órgão da Administração Pública Estadual também criou seu Comitê de Contingência para elaboração dos planos específicos e encaminhamento das questões não cobertas pela CELEPAR.
Além das ações específicas definidas pelas áreas internas da empresa, uma série de medidas de ação geral foram tomadas pelo Comitê. Destaca-se a organização da Central de Atendimento que foi preparada para uma demanda mais elevada e a criação de uma Central de Triagem e Notícias para apoio à decisão gerencial.
Nos últimos dias de dezembro, como medida preventiva, "vários serviços foram antecipados". No dia 31, uma última parada de máquina para cópia geral de arquivos marcou o final das ações planejadas. Às 20h00 todos os ambientes computacionais já estavam preparados e em compasso de espera.
A virada de ano foi acompanhada por um plantão de 40 técnicos. Gerentes e Diretores também estavam presentes para respaldar eventuais decisões mais críticas. A normalidade percebida nos primeiros minutos manteve-se durante as avaliações iniciais dos ambientes e aplicativos mais críticos. Passados os primeiros 30 minutos, pôde-se relaxar e festejar a superação do primeiro "round".
Na tarde de 01 de janeiro foram realizados novos testes de verificação, desta vez com a presença de 120 técnicos. O objetivo era validar as condições que os usuários encontrariam no dia 03, primeiro dia útil do ano, e tomar as eventuais medidas corretivas necessárias. Novamente repetiu-se o quadro de normalidade, sendo que alguns ajustes pontuais ainda puderam ser realizados.
Ao final da segunda-feira, para alívio de todos, pôde-se aceitar o quadro de normalidade como uma tendência. O acompanhamento atento dos analistas permitiu que pequenas falhas fossem rapidamente contornadas, buscando-se o mínimo impacto aos usuários. No dia seguinte, terça-feira, não foram percebidas falhas, assim como não houve notificações à Central de Atendimento.
O Plano de Contingência prevê que a Empresa mantenha-se mobilizada até 06 de fevereiro. O corpo técnico da Empresa está consciente que falhas ainda podem ocorrer e que o quadro atual de normalidade não é suficiente para assegurar a superação definitiva desta questão das datas. A postura da CELEPAR é de atenta vigilância.
É compreensível que pessoas pouco familiarizadas com os aspectos técnicos venham equivocadamente a interpretar o "bug do milênio" como um mito, alimentado por 3 anos em todo o mundo por técnicos com mentalidade trágica. Na CELEPAR, uma conscientização geral e a clara percepção das desastrosas conseqüências impeliu-nos a buscar por todos os meios a eliminação das possibilidades de falhas nos sistemas e ambientes computacionais.
Autor: Elmar Haas - GPS
Uma avaliação feita em 04 de janeiro
Passada a virada de ano e percebidos os primeiros sinais de superação das incompatibilidades técnicas ao processamento de datas além de 1999, já podemos avaliar o que foi este projeto, baseados na situação real que se apresenta.
O Projeto Ano 2000 da CELEPAR foi criado em outubro de 1996, sendo que nos dois primeiros anos foi dada uma ênfase maior à adequação dos ambientes computacionais e conversões de sistemas aplicativos. Destacam-se neste período a substituição de máquinas, elevação de nível do sistema operacional do mainframe e a conversão geral dos códigos fontes de sistemas. A boa produtividade nas conversões foi alcançada após a criação de uma rotina que realizava a duplicação automática de datas nas bases de dados, mantendo a compatibilidade entre as antigas e as novas representações. A metodologia adotada mostrou-se eficiente por permitir a gradualização das mudanças e a eliminação dos choques de compatibilidade entre sistemas. A criação de diversas ferramentas de apoio às conversões, moldadas conforme nossas necessidades específicas, tiveram papel decisivo neste processo. O serviço de conversão dos códigos fontes foi terceirizado. Os inventários, planejamentos, testes e reintegrações de sistemas foram conduzidos por recursos internos que detinham o conhecimento dos negócios atendidos.
Desde julho de 1999, quando foram concluídos os serviços de conversão de ambientes e sistemas na CELEPAR, os maiores esforços passaram a ser canalizados para a certificação das conversões realizadas e para a elaboração do Plano de Contingência da Empresa.
Para as certificações de ambientes computacionais e sistemas, foram criados "Ambientes 2000" no mainframe e em outras plataformas. No mainframe optou-se pela duplicação de todos os arquivos para o uso destes em testes com datas futuras. Os doze testes realizados aconteceram durante os finais de semana e feriados de outubro e novembro. Estes foram precedidos de paradas de máquina e novo IPL, quando os endereços passavam a apontar para estes arquivos de testes. Desta forma viabilizou-se a reprodução exata do ambiente de Produção e suas complexas conexões. Com um ambiente tão favorável, as certificações de hardware, software e aplicativos puderam ser realizadas com qualidade e boa produtividade. Além da virada de ano foram realizados testes em diversas datas como: primeiro dia útil, primeira virada de semana, primeira virada de mês, 29 de fevereiro e outras datas, inclusive a virada do ano 2001. Cada teste implicava na indisponibilidade dos sistemas aos usuários por períodos médios de 8 horas, negociadas com os diversos Órgãos da Administração Pública Estadual. Por sua familiaridade com os negócios atendidos, muitos destes usuários participaram ativamente destas validações. Ao final deste trabalho era sensível a confiança dos envolvidos nos resultados alcançados.
Embora confiantes, a elaboração do Plano de Contingência foi conduzida de forma a instruir a Empresa em como agir nas condições mais adversas. Na impossibilidade de conhecer-se a origem das possíveis falhas e tomar ações preventivas localizadas, a CELEPAR investiu na sua capacidade máxima de reação. Neste sentido destaca-se a suspensão de concessão de férias a seus funcionários durante o período de contingência, uma medida dura, absorvida com profissionalismo por seu quadro funcional.
Para a criação do Plano de Contingência da Empresa o fator prazo era a variável mais crítica. Logo após os estudos iniciais foi criado um Comitê de Contingência, formado por representantes das diversas áreas da empresa e encarregados de produzir os planos específicos em suas gerências e especializações. Esta estratégia permitiu o rápido envolvimento de um grande número de pessoas no processo e a conseqüente conscientização de todos. As numerosas contribuições com idéias, alternativas e percepção dos riscos envolvidos permitiu que o Plano de Contingência da Empresa representasse a consolidação das ações propostas por um amplo espectro de especialistas. Cada Órgão da Administração Pública Estadual também criou seu Comitê de Contingência para elaboração dos planos específicos e encaminhamento das questões não cobertas pela CELEPAR.
Além das ações específicas definidas pelas áreas internas da empresa, uma série de medidas de ação geral foram tomadas pelo Comitê. Destaca-se a organização da Central de Atendimento que foi preparada para uma demanda mais elevada e a criação de uma Central de Triagem e Notícias para apoio à decisão gerencial.
Nos últimos dias de dezembro, como medida preventiva, "vários serviços foram antecipados". No dia 31, uma última parada de máquina para cópia geral de arquivos marcou o final das ações planejadas. Às 20h00 todos os ambientes computacionais já estavam preparados e em compasso de espera.
A virada de ano foi acompanhada por um plantão de 40 técnicos. Gerentes e Diretores também estavam presentes para respaldar eventuais decisões mais críticas. A normalidade percebida nos primeiros minutos manteve-se durante as avaliações iniciais dos ambientes e aplicativos mais críticos. Passados os primeiros 30 minutos, pôde-se relaxar e festejar a superação do primeiro "round".
Na tarde de 01 de janeiro foram realizados novos testes de verificação, desta vez com a presença de 120 técnicos. O objetivo era validar as condições que os usuários encontrariam no dia 03, primeiro dia útil do ano, e tomar as eventuais medidas corretivas necessárias. Novamente repetiu-se o quadro de normalidade, sendo que alguns ajustes pontuais ainda puderam ser realizados.
Ao final da segunda-feira, para alívio de todos, pôde-se aceitar o quadro de normalidade como uma tendência. O acompanhamento atento dos analistas permitiu que pequenas falhas fossem rapidamente contornadas, buscando-se o mínimo impacto aos usuários. No dia seguinte, terça-feira, não foram percebidas falhas, assim como não houve notificações à Central de Atendimento.
O Plano de Contingência prevê que a Empresa mantenha-se mobilizada até 06 de fevereiro. O corpo técnico da Empresa está consciente que falhas ainda podem ocorrer e que o quadro atual de normalidade não é suficiente para assegurar a superação definitiva desta questão das datas. A postura da CELEPAR é de atenta vigilância.
É compreensível que pessoas pouco familiarizadas com os aspectos técnicos venham equivocadamente a interpretar o "bug do milênio" como um mito, alimentado por 3 anos em todo o mundo por técnicos com mentalidade trágica. Na CELEPAR, uma conscientização geral e a clara percepção das desastrosas conseqüências impeliu-nos a buscar por todos os meios a eliminação das possibilidades de falhas nos sistemas e ambientes computacionais.