Como Transformar um Analista de Mainframe em Desenvolvedor Cliente/Servidor
Escrito por Lislane Gracinda Dias - GPT - Ramal 338 e Tânia Mara Vostoupal - GPS - Ramal 367
Resumo da palestra ministrada na Fenasoft/96 por Antônio Augusto da Silva, diretor técnico da MSA-Infor Sistemas e Automação Ltda. / Belo Horizonte-MG.
Por ser muito recente na história da informática, existem comparações entre o desenvolvedor cliente/servidor e o E.T. de Varginha. Alguns já o viram, muitos o descrevem, todo mundo já ouviu falar, mas onde podemos encontrá-lo?
Afora as brincadeiras, por ser a tecnologia do momento, muitos profissionais de mainframe viram-se obrigados a uma mudança repentina de perfil para buscar novos horizontes de atuação dentro das empresas. Entretanto, estes profissionais não podem descuidar dos compromissos com os computadores de grande porte. Devem continuar garantindo o bom funcionamento do ambiente já existente.
Nota-se que os profissionais recém-formados nos cursos de informática das Universidades, são mais preparados para as novas tecnologias porque conhecem modelagem de dados, orientação a objetos, aplicações integradas e ambientes corporativos.
A dificuldade de encontrar profissionais com estes conhecimentos agregados à experiência profissional, faz com que as empresas tenham que treinar seus antigos técnicos de maneira rápida e eficaz para não perder espaço no mercado. Porém, na maioria das vezes, cometem o erro de separar suas equipes em grupos distintos: um de desenvolvedores de mainframe, dedicados às atividades contínuas; outro formado por micreiros, em fase de preparação para o ambiente cliente/servidor, com treinamento e desenvolvimento de projetos-piloto.
Dividindo-se os grupos desta maneira, as empresas não reciclam os profissionais de mainframe, os quais possuem as melhores condições de responder no médio prazo, devido seu amplo "know-how". Todas as oportunidades são direcionadas aos micreiros, que têm custos de treinamento muito maiores e de retorno incerto, devido à reduzida idade e conhecimento da cultura e objetivos da empresa.
Um analista de mainframe, para tranformar-se em desenvolvedor cliente/servidor, precisa começar a familiarizar-se com o ambiente de informática, conhecer Microsoft Windows, conceitos básicos de orientação a objetos, interfaces gráficas e, naturalmente, a arquitetura cliente/servidor. Em seguida, deve aprender uma linguagem de programação visual, linguagem SQL e bancos de dados relacionais.
Avaliando-se o perfil dos novos profissionais de informática, que devem invadir as empresas até o final da década, destacam-se algumas características em comum. São profissionais jovens vindos de Universidades, têm grande capacidade de assimilar novos conhecimentos, são auto didatas e possuem um computador em casa. A grande maioria trabalha em pequenas empresas e presta serviços esparsos no mercado, como autônomos. Em geral, desenvolve seus sistemas em linguagens de terceira geração, executa suas tarefas individualmente, sem preocupações com metodologias, documentações, segurança de acesso ou cuidados na recuperação de dados e uso compartilhado de sistemas porque o produto do seu trabalho destina-se a um usuário individual.
A vulnerabilidade de uma rede corporativa pode aumentar grandemente com a contratação pura e simples de uma nova geração de desenvolvedores.
Dentre as qualidades dos micreiros destacam-se: a facilidade de assimilar novos conhecimentos, a criatividade, a grande capacidade para o auto-estudo e a enorme disposição para aprender e trabalhar.
O profissional de mainframe tem muito a aprender com o profissional de microinformática e, também, muito a ensinar. Torna-se clara a complementaridade de vocações entre estes profissionais. As empresas, para atingir o melhor resultado a curto prazo, devem criar grupos de estudo que mesclem equipes de mainframe e micreiros.
Desta forma, o investimento da empresa em cursos de reciclagem serão menores, as pessoas estarão motivadas para o aprendizado e o retorno dos profissionais será efetivamente alcançado.