Computação Ubíqua

Autor:Dirceu Lopes de Araújo Junior - SEFA

 

DA TEORIA À REALIDADE

Usar o termo computação ubíqua, em pleno alvorecer do século XXI, pode parecer algo redundante. Superabundar sim, pois o computador é hoje, realidade onipresente em nossas vidas.

Escrever sobre um tema, que no serviço público parecia utópico, pode parecer uma temeridade, porém, é também, demonstração do imenso avanço que este serviço tem procurado alcançar, apesar das limitações do Estado. Hoje, estamos desempenhando nossas funções na Assessoria de Informática da Coordenação da Receita do Estado - CRE, órgão executivo da política fiscal do Paraná.

Em abril de 2001, o Doutor em Engenharia Elétrica Pedro Luis Kantek Garcia Navarro, Analista de Informática da CELEPAR, Mestre em Informática Industrial e Doutor UNICENP e da PUC-PR, expoente da tecnologia de computadores e gestão de dados no Estado do Paraná, apresentou-nos, numa instigante palestra, tecnologias novas de informações que versavam sobre WAP, Internet, Intranet e computação ubíqua, entre outros assuntos. Porém, como tornar isso possível, e a que título, na estrutura do Estado?

Neste momento, num esforço importante de modernização e avanço tecnológico a CRE adquiriu algo em torno de 1200 computadores, o que equivale a 2400 peças entre CPU’s e monitores, que precisavam ser liberados o mais rapidamente possível, e dentro desta perspectiva, patrimonializados e referenciados, para que pudessem integrar-se à massa de instrumentos tecnológicos modernos, disponíveis e assessíveis aos servidores públicos, em benefício da eficiência do Estado e de seu povo.

O momento de aplicar a tecnologia em termos de ubiqüidade surgira. Imaginem retirar cada um dos elementos, levar até uma mesa, ler um código de barras, listar, devolver na pilha, buscar outro, e outro, num trabalho exaustivo, demorado e, francamente, muito semelhante ao trabalho de "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin.

Resolvemos, pois, colocar em prática a tentadora idéia da onipresença, sem cabos, fios ou contato físico com o computador servidor de impressão. Instalamos uma antena de rádio no teto do setor de almoxarifado onde estavam os equipamentos, outra antena junto ao servidor e uma terceira ao Notebook que passou a deslocar-se pelas pilhas de computadores armazenados. Com esta estrutura, caminhando pelas pilhas, usando uma leitora de código de barras conseguimos de maneira simples e rápida patrimoniar todos os equipamentos, encaminhando as informações via rádio para a impressora, que emitia relatórios e recibos de entrega das máquinas, com esforço físico muito diminuído, recursos humanos pouco numerosos e grau de eficiência máximo.

Esta perspectiva, de estarmos em um mesmo ambiente, trocando a mais variada e grande quantidade de informações, sem cabos, sem a fixidez, permitindo liberdade de movimentos e agilidade, aumentaram muito a nossa confiança num incremento de eficiência e certeza. Sim, de certeza, visto que posso controlar com grau máximo de certificação a presença de um equipamento, seu operador e o destino e utilização das informações que este opera em seu terminal.

Podemos sonhar, com a criação, como temos hoje na Internet por rádio e por satélite, em transformar não um setor, mas todo o Estado, num único ambiente, em que cada um, se some a todos os outros, para produzir uma massa de informações e conhecimento, a qualquer hora e em qualquer lugar, para benefício da coletividade, enquanto Estado.

Esta pequena experiência demonstra que podemos, reduzir o comprometimento de nosso capital humano com funções crescentemente inúteis, permitindo-lhes utilizarem o melhor de seu conhecimento, de sua inteligência no desempenho de funções nobres, ligadas à onipresença do universo de informática.

É possível que isto permita, crescentemente, um controle sobre a evasão fiscal do Estado, motivo mais da pesada carga tributária, vindo tudo isso ao encontro do desejo do cidadão de mais transparência e eficiência do gestor da coisa pública. Para tal, a CELEPAR deverá desenvolver esforços para criar uma interface que permita aproveitar a captação de dados com modos que sejam produtos nos computadores pessoais. Salientemos que tal esforço, tem sido realizado pela CELEPAR, na medida em que foram feitos contatos com o atendedor da SEFA, que já está estudando as formas de integração de toda essa tecnologia.

Mais importante que a própria experiência, é saber das possibilidades que a computação ubíqua coloca, não só para a SEFA, mas para todo o serviço público estadual, como forma de avanço e construção de uma nova cultura de eficiência, muito humana, na medida em que investe no homem, não como operador mas como interlocutor ativo na transmissão e criação das informações.

Este texto, pouco pretensioso, apenas tem o intuito de mostrar, que estamos todos trabalhando pela eficiência e pela conquista do digno esforço do serviço público, na aquisição e difusão de idéias novas no domínio da informação. Para tal, o empenho na realização de UTOPIAS, deve ser de todos e de cada um.