Custo x benefício de sistemas
Autora: Juliana Deconto - Estagiária da SEOP
É o processo usado para a determinação da eficiência econômica global de investimentos públicos ou privados em obras infra-estruturais, no qual se comparam os custos com os benefícios sociais que provavelmente resultarão da aplicação. Segundo esse processo, deve-se escolher entre vários projetos aquele que apresente a maior diferença positiva entre os benefícios (econômicos e sociais) e os custos globais.
A dificuldade apresentada por esse processo de análise é a quantificação dos benefícios e custos sociais. Podemos definir custo social como o custo alternativo ou de oportunidade na produção de uma mercadoria x e o montante da mercadoria y que deve ser sacrificado, a fim de que os recursos sejam alocados para produzir x em vez de y. Este é o custo social da produção de x sobre o qual deve ser determinada a taxa de juros para os capitais empregados.
O conceito central da análise é o excedente do consumidor, que é a diferença entre todos os benefícios e todos os custos, tangíveis ou não de um projeto.
As etapas da análise custo x benefício são:
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relacionar todos os agentes envolvidos pelo projeto;
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listar todos os efeitos sobre esses agentes;
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atribuir um valor monetário a esses efeitos, em cada período de tempo, no horizonte considerado;
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calcular o valor presente dos fluxos de custo e benefício;
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comparar este valor presente com os investimentos necessários para o projeto, através dos métodos clássicos como o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR) ou o índice de Benefício x Custo (IBC), entre outros. A determinação do valor dos custos e benefícios é a fase mais difícil da análise financeira do Plano Diretor de Informática (PDI). Consiste em atribuir um preço social aos benefícios e aos custos que nem sempre será igual ao preço de mercado e, quando isto acontece, o preço social é denominado preço-sombra. Quando esses preços-sombra são imputados a determinados insumos, o valor da função objetiva dual é minimizado. Pode ser ela então interpretada como o custo mínimo de insumo, sujeito às limitações e ao requisito de que nenhum lucro (excedente de receita) seja obtido. Esses preços-sombra, por conseguinte, não são diferentes dos preços de fatores que emergiriam em um equilíbrio perfeitamente competitivo, no qual os preços dos produtos são externamente determinados.
Os custos e os benefícios representam os efeitos sobre várias pessoas em diferentes momentos. O objetivo é maximizar o valor presente de todos os benefícios menos o valor presente de todos os custos sujeitos a certas restrições. Na prática, deve-se considerar quais os custos e benefícios e como atribuir um valor monetário a esses custos, em particular quando se tratar de intangíveis, que são os que não têm transação de mercado e fixação de preços, além de determinar qual deve ser a taxa de juros usada para descontar os fluxos.
De modo geral, por duas razões os preços de mercado não serão utilizados para determinação dos custos e benefícios:
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para os produtos ou insumos do projeto que têm preços de mercado, estes podem ser distorcidos, ou seja, não resultantes de uma situação de oferta e demanda equilibradas. Por exemplo, no caso de monopólio (onde apenas um indivíduo atua no mercado, ou seja, não há concorrência perfeita porque só uma pessoa produz um determinado bem ou serviço) ou existência de impostos ou outras restrições;
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para os produtos ou insumos que não têm preço de mercado ou simplesmente não há preço, sendo, portanto, necessário estabelecer métodos de avaliação para determinar preços fictícios.
Portanto, em uma análise custo x benefício, os preços utilizados serão sempre os que deverão ser reajustados ou inferidos para levar em conta as distorções existentes no mercado.
Para estimar as despesas de um projeto, é preciso definir antes o investimento necessário e isto é uma tarefa relativamente simples. Basta relacionar os equipamentos, softwares e serviços necessários, conseguir junto ao mercado a cotação de cada um destes e agregar uma margem de segurança confiável. Já com relação à Receita a ser auferida pela informatização da empresa, a tarefa vai exigir da equipe uma boa dose de imaginação e grande capacidade de estimativa. Afinal, como poderemos prever quanto a empresa economizará com a implantação dos sistemas? Uma boa técnica é analisar os custos operacionais das atividades que deixarão de ser executadas após a informatização. Deve-se também tentar inferir, a partir de dados obtidos junto à Direção, do percentual de acréscimo nas vendas que resultará da maior agilidade que os sistemas proporcionarão à empresa.