Declaração de amor a uma senhora
Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro
Eis uma senhora que me faz perder a cabeça. Às vezes tem os seus agitos, mas sempre temperados pela experiência de quem já tem seus quase trinta anos. Enfim, uma balzaquiana perfeita.
Esbelta, embora com algumas gordurinhas aqui e lá, não precisa fazer regime. É bem verdade, que de uns tempos para cá inventou de entrar num maiô laranja, material de qualidade, danado de apertado. Até agora não entrou, mas ela chega lá.
Curitibana, da mais pura gema, nos últimos tempos, andou agregando um certo sotaque sulista, é "tu vais", pra lá, "tu vens", pra cá, mas são só alguns rompantes, no fundo ela fala com aquela língua escandindo nos dentes "leitêêê quentêêê!".
Seu sistema nervoso (que leva mensagens de um lado para o outro) anda meio envelhecido, o que às vezes deixa a senhora à beira de um ataque de nervos. Nessas horas, corre o Moacir, consertando fios e cabos. Ainda bem que em breve ela vai inaugurar um novo sistema nervoso, no qual todos vão falar com todos.
E os seus seios? São dois, um no térreo e outro no terceiro andar, o que lhe dá um certo ar de assimetria, mas ninguém liga. Túrgidos, sempre à disposição de todas as células da velha senhora. Parecidos com os demais seios dos mamíferos, estes dão leite. Mas vendem também café, sorvete e até lanche padrão. Às vezes um bujão de gás explode dentro deles, mas nada que uma boa plástica não resolva.
Como todo mundo, esta senhora tem um sistema imunológico. Mas diferente dos outros, ele aqui tem nome: é a Dona Cleuse. Qualquer um que tenha uma dorzinha de cabeça, vai lá e sai com pozinhos e comprimidos que matam a irritante enxaqueca em pouco tempo.
E os lábios? Vermelhos e chamativos, atendem pelo nome de recepção de serviços. Aceitam cada coisa, e tudo deglutem. Mas,... se a recepção é a boca, o que será a expedição? ...
Melhor silenciar sobre estas partes íntimas, que a velha senhora não está para brincadeiras.
Se fosse um computador, a sua unidade aritmético-lógica teria nome: Adenis. O que ele tem feito de contas ultimamente, não está no gibi. E não erra uma.
Todos que a ela telefonam, são prontamente atendidos. Vocês tem idéia de quantas vezes a Marci e suas colegas disseram "CELEPAR, bom dia?".
Sobre seu estado civil, ...silêncio. Já ouvi ela ser chamada de viúva, mas acho que é um apelido carinhoso. É bem verdade que ela andou trocando de sexo aos 10 anos, mas assunto encerrado: é uma senhora de respeito, e pronto.
Ainda bem que a minha mulher não é ciumenta. Pois feitas as contas, eu passo mais tempo com esta (na verdade, dentro) senhora, do que com ela.
Enfim, no mês do seu aniversário, não posso deixar de exclamar: "Feliz aniversário, CELEPAR. Longa vida e muita saúde."
Eis uma senhora que me faz perder a cabeça. Às vezes tem os seus agitos, mas sempre temperados pela experiência de quem já tem seus quase trinta anos. Enfim, uma balzaquiana perfeita.
Esbelta, embora com algumas gordurinhas aqui e lá, não precisa fazer regime. É bem verdade, que de uns tempos para cá inventou de entrar num maiô laranja, material de qualidade, danado de apertado. Até agora não entrou, mas ela chega lá.
Curitibana, da mais pura gema, nos últimos tempos, andou agregando um certo sotaque sulista, é "tu vais", pra lá, "tu vens", pra cá, mas são só alguns rompantes, no fundo ela fala com aquela língua escandindo nos dentes "leitêêê quentêêê!".
Seu sistema nervoso (que leva mensagens de um lado para o outro) anda meio envelhecido, o que às vezes deixa a senhora à beira de um ataque de nervos. Nessas horas, corre o Moacir, consertando fios e cabos. Ainda bem que em breve ela vai inaugurar um novo sistema nervoso, no qual todos vão falar com todos.
E os seus seios? São dois, um no térreo e outro no terceiro andar, o que lhe dá um certo ar de assimetria, mas ninguém liga. Túrgidos, sempre à disposição de todas as células da velha senhora. Parecidos com os demais seios dos mamíferos, estes dão leite. Mas vendem também café, sorvete e até lanche padrão. Às vezes um bujão de gás explode dentro deles, mas nada que uma boa plástica não resolva.
Como todo mundo, esta senhora tem um sistema imunológico. Mas diferente dos outros, ele aqui tem nome: é a Dona Cleuse. Qualquer um que tenha uma dorzinha de cabeça, vai lá e sai com pozinhos e comprimidos que matam a irritante enxaqueca em pouco tempo.
E os lábios? Vermelhos e chamativos, atendem pelo nome de recepção de serviços. Aceitam cada coisa, e tudo deglutem. Mas,... se a recepção é a boca, o que será a expedição? ...
Melhor silenciar sobre estas partes íntimas, que a velha senhora não está para brincadeiras.
Se fosse um computador, a sua unidade aritmético-lógica teria nome: Adenis. O que ele tem feito de contas ultimamente, não está no gibi. E não erra uma.
Todos que a ela telefonam, são prontamente atendidos. Vocês tem idéia de quantas vezes a Marci e suas colegas disseram "CELEPAR, bom dia?".
Sobre seu estado civil, ...silêncio. Já ouvi ela ser chamada de viúva, mas acho que é um apelido carinhoso. É bem verdade que ela andou trocando de sexo aos 10 anos, mas assunto encerrado: é uma senhora de respeito, e pronto.
Ainda bem que a minha mulher não é ciumenta. Pois feitas as contas, eu passo mais tempo com esta (na verdade, dentro) senhora, do que com ela.
Enfim, no mês do seu aniversário, não posso deixar de exclamar: "Feliz aniversário, CELEPAR. Longa vida e muita saúde."