Discursos Paralisantes
Autor: Rogério Ribeiro da Fonseca Mendes - GAC
Quem ainda não ouviu falar por aí: "A CULPA É DAS CHEFIAS"?
Aí está mais uma frase-encobridora, mais um discurso paralisante. Como já foi apontado no capítulo 2 desta série: Paralisante pode ser pensado como "par-alisante" (licença poética fundada na lingüística). Então, para haver paralisação não basta um, é preciso dois. Desta forma, quando se aponta um mau funcionamento do administrador é porque existem empregados em cumplicidade que, utilizando-se de outra frase- encobridora, "autorizam", "endossam" o mau funcionamento. Isto será comprovado gradativamente na seqüência de textos.
Se a CULPA é das chefias, então, esta frase-encobridora é usada como desCULPA dos empregados para poderem realizar um trabalho que é desgastante, no sentido de não produzir. É um engano pensar que o empregado, nos momentos em que não produz, ou o faz parcialmente, esteja descansando. Como se diz de quem aparentemente não está fazendo nada: "coçando". No Aurélio, um dos significados da palavra coçar é: lutar com dificuldades; sofrer trabalhos. Outro significado da palavra é surrar e, assim, o empregado que está coçando está surrando ou melhor explicado, surrando-se e isto também é trabalho. Este gasto desnecessário de energia, no sentido da não produção, já tinha sido apontado no capítulo 2 desta série e voltou a ser abordado no capítulo 3, numa tentativa de explicitar cada vez mais a questão: Quando digo guerreiros trata-se de metáfora, de substituição para empregados-mais-evoluídos que já entenderam que por estarem submetidos ao contrato de trabalho que assinaram resta trabalhar e que este esforço de trabalhar é sensivelmente menor que o de enganar-se (não trabalhar, pensar enganar o patrão, ... ). A partir deste ponto, procurando evitar distorções de entendimento vou utilizar um qualificativo quando empregar a palavra trabalho, tal como trabalho produtivo, trabalhar na tarefa, .... diferenciando, portanto, do trabalho não-produtivo, do trabalho contra a realização da tarefa.
Inicialmente vou desenvolver a questão "a culpa é das chefias" sob a ótica do efeito primário da frase: a palavra CULPA e sua par-alisante desCULPA. A palavra culpa traz consigo uma alta carga de conotação moralizante, sendo parte integrante desta carga a palavra pecado e suas decorrências. A palavra desCULPA também tem seus efeitos e vai acionar palavras tipo perdão e absolvição. Quando se diz que a culpa é das chefias, de imediato, são acionados pensamentos místicos e a questão fica inadministrável. Quando digo místico é no sentido de misterioso, religioso, contemplativo, ..., mas, como citado no capítulo 2: Em uma organização, independente de ser instituição pública ou privada, do seu porte, da sua linha de produtos e serviços, independente de todas, absolutamente todas as variáveis: não existem mistérios e, portanto, tudo é diagnosticável. As organizações, mesmo as instituições religiosas, no que se refere ao processo produtivo, devem abolir as duas palavras - culpa e desculpa - do seu dicionário empresarial. Em seu lugar, respectivamente, são empregadas outras duas palavras: responsabilidade e razão.
Desta forma, por substituição de uma palavra na frase original, no sentido da desmetaforização, é possível desenvolver a questão "a responsabilidade é das chefias" num nível de menor paralisação ou até de transformação organizacional. Que a responsabilidade pelo funcionamento do processo produtivo - em nível de otimização possível - é das chefias não há o que discutir. É princípio básico da administração. Se o processo produtivo está funcionando de acordo com o especificado não há porque citar a tal frase. Por outro lado, se ela é citada denota a existência de defeito na máquina de produção. Se as chefias estão sendo interpeladas, pelos empregados, diante de suas responsabilidades devem apresentar as razões inerentes e, de imediato, implementar os passos de correção. O mecanismo para tal é o procedimento de diagnóstico do universo (sistema ou subsistema) que esteja sendo apontado como falho, questão abordada no capítulo 2.
Se a frase "a responsabilidade é das chefias" não causa correção do processo produtivo está aí, escancarada, a ausência da administração. O empregado se autoriza ao trabalho não-produtivo sustentado pela falha administrativa. Quando os ocupantes do plano da administração não realizam plenamente suas tarefas e, desta forma, institucionalizam a possibilidade do trabalho não-produtivo, certamente vamos ouvir uma outra frase-encobridora circulando entre as chefias: "ruim com ele, pior sem ele", que foi o tema do capítulo 1.
Uma frase-encobridora é utilizada para funcionar como discurso paralisante. Se utilizada pelos empregados terá sua resposta através de outra frase, sua par-alisante, dita pelas chefias. Se utilizada pelas chefias terá sua par-alisante dita pelos empregados. E assim o discurso paralisante cumpre sua função.
Recomenda-se novamente, aos guerreiros incansáveis na luta contra a paralisia do processo produtivo da empresa, que atuem como interventores sempre que alguém, quem quer que seja, manifeste uma frase-encobridora . É o momento de dizer: isto é uma farsa.
Quem ainda não ouviu falar por aí: "A CULPA É DAS CHEFIAS"?
Aí está mais uma frase-encobridora, mais um discurso paralisante. Como já foi apontado no capítulo 2 desta série: Paralisante pode ser pensado como "par-alisante" (licença poética fundada na lingüística). Então, para haver paralisação não basta um, é preciso dois. Desta forma, quando se aponta um mau funcionamento do administrador é porque existem empregados em cumplicidade que, utilizando-se de outra frase- encobridora, "autorizam", "endossam" o mau funcionamento. Isto será comprovado gradativamente na seqüência de textos.
Se a CULPA é das chefias, então, esta frase-encobridora é usada como desCULPA dos empregados para poderem realizar um trabalho que é desgastante, no sentido de não produzir. É um engano pensar que o empregado, nos momentos em que não produz, ou o faz parcialmente, esteja descansando. Como se diz de quem aparentemente não está fazendo nada: "coçando". No Aurélio, um dos significados da palavra coçar é: lutar com dificuldades; sofrer trabalhos. Outro significado da palavra é surrar e, assim, o empregado que está coçando está surrando ou melhor explicado, surrando-se e isto também é trabalho. Este gasto desnecessário de energia, no sentido da não produção, já tinha sido apontado no capítulo 2 desta série e voltou a ser abordado no capítulo 3, numa tentativa de explicitar cada vez mais a questão: Quando digo guerreiros trata-se de metáfora, de substituição para empregados-mais-evoluídos que já entenderam que por estarem submetidos ao contrato de trabalho que assinaram resta trabalhar e que este esforço de trabalhar é sensivelmente menor que o de enganar-se (não trabalhar, pensar enganar o patrão, ... ). A partir deste ponto, procurando evitar distorções de entendimento vou utilizar um qualificativo quando empregar a palavra trabalho, tal como trabalho produtivo, trabalhar na tarefa, .... diferenciando, portanto, do trabalho não-produtivo, do trabalho contra a realização da tarefa.
Inicialmente vou desenvolver a questão "a culpa é das chefias" sob a ótica do efeito primário da frase: a palavra CULPA e sua par-alisante desCULPA. A palavra culpa traz consigo uma alta carga de conotação moralizante, sendo parte integrante desta carga a palavra pecado e suas decorrências. A palavra desCULPA também tem seus efeitos e vai acionar palavras tipo perdão e absolvição. Quando se diz que a culpa é das chefias, de imediato, são acionados pensamentos místicos e a questão fica inadministrável. Quando digo místico é no sentido de misterioso, religioso, contemplativo, ..., mas, como citado no capítulo 2: Em uma organização, independente de ser instituição pública ou privada, do seu porte, da sua linha de produtos e serviços, independente de todas, absolutamente todas as variáveis: não existem mistérios e, portanto, tudo é diagnosticável. As organizações, mesmo as instituições religiosas, no que se refere ao processo produtivo, devem abolir as duas palavras - culpa e desculpa - do seu dicionário empresarial. Em seu lugar, respectivamente, são empregadas outras duas palavras: responsabilidade e razão.
Desta forma, por substituição de uma palavra na frase original, no sentido da desmetaforização, é possível desenvolver a questão "a responsabilidade é das chefias" num nível de menor paralisação ou até de transformação organizacional. Que a responsabilidade pelo funcionamento do processo produtivo - em nível de otimização possível - é das chefias não há o que discutir. É princípio básico da administração. Se o processo produtivo está funcionando de acordo com o especificado não há porque citar a tal frase. Por outro lado, se ela é citada denota a existência de defeito na máquina de produção. Se as chefias estão sendo interpeladas, pelos empregados, diante de suas responsabilidades devem apresentar as razões inerentes e, de imediato, implementar os passos de correção. O mecanismo para tal é o procedimento de diagnóstico do universo (sistema ou subsistema) que esteja sendo apontado como falho, questão abordada no capítulo 2.
Se a frase "a responsabilidade é das chefias" não causa correção do processo produtivo está aí, escancarada, a ausência da administração. O empregado se autoriza ao trabalho não-produtivo sustentado pela falha administrativa. Quando os ocupantes do plano da administração não realizam plenamente suas tarefas e, desta forma, institucionalizam a possibilidade do trabalho não-produtivo, certamente vamos ouvir uma outra frase-encobridora circulando entre as chefias: "ruim com ele, pior sem ele", que foi o tema do capítulo 1.
Uma frase-encobridora é utilizada para funcionar como discurso paralisante. Se utilizada pelos empregados terá sua resposta através de outra frase, sua par-alisante, dita pelas chefias. Se utilizada pelas chefias terá sua par-alisante dita pelos empregados. E assim o discurso paralisante cumpre sua função.
Recomenda-se novamente, aos guerreiros incansáveis na luta contra a paralisia do processo produtivo da empresa, que atuem como interventores sempre que alguém, quem quer que seja, manifeste uma frase-encobridora . É o momento de dizer: isto é uma farsa.