Editorial - 13 anos de Bate Byte
Um dia, Dante Carlos Antunes, Jane Mary Soares, Olga Maria Soares da Costa, Pedro Kantek e Sara Raskin, fizeram uma reunião, como seria feita mensalmente nestes treze anos. Era a primeira reunião do conselho editoral do Bate Byte. Estas são as pessoas que constam no expediente da primeira edição, publicada em agosto de 1990.
O arquivo da revista mostra a evolução das artes de impressão e da informática.
A primeira edição teve um original composto em impressora matricial pastapeado, com gloriosas oito páginas, impressas em papel A3. A diagramação melhorou significativamente já no primeiro ano. O original para pastape variava entre impressora matricial e laser, de acordo com a disponibilidade das mesmas na empresa. A técnica de impressão era fotocópia. Algumas edições tinham uma impressão colorida, mas que não era policromia; a impressora foi uma aventura tecnológica de mercado. Imprimia as cores com aparência lavada, as retículas eram grosseiras. No terceiro ano, a edição comemorativa de aniversário teve a primeira capa colorida em policromia. Em pouco tempo o Bate Byte conheceu a impressão off-set. Primeiro impressa toda em preto e logo apareceu uma corzinha aqui, outra ali. Em 1998 a capa colorida em policromia foi grampeada definitivamente na revista, e nessa época ninguém mais pensava em imprimir um original em impressora matricial.
A evolução da empresa e do mundo da informática também estão retratadas nas páginas do períodico mensal.
Em plena era do software livre, é curioso constatar que na primeira edição temos uma matéria intitulada “Software (quase) de graça” que explana sobre a diferença entre um Software de domínio público e um shareware. Sobre software de domínio público a matéria retratava à época: “Dificilmente temos programas complexos ou sofisticados, mas às vezes surgem clones do lotus ou do dbase”. Não se falava em código fonte aberto naquela época, nem em comunidade mundial de software livre. Na época seria inimaginável que o Governo do Paraná, o Governo Federal, a NASA e a Ferrari, para citar alguns exemplos, optassem por uma estratégia tecnológica e financeira, pelo uso de software de domínio público, ainda mais com código fonte aberto. Na segunda edição uma pergunta desafiadora na capa, que era também a primeira página com título de matéria: “Clipper X Cobol”, e em seguida a introdução e uma defesa de cada uma das linguagens. Uma boa idéia para fazermos um comparativo sobre as variedades de sistemas operacionais em software livre para edições futuras do Bate Byte. A mesma segunda edição anunciava uma novidade: “Nosso editor de texto: NED”.
A edição de setembro de 1996 foi muito representativa da política de informática da época. Aquela edição retrata o Acordo de Select - Microsoft e Governo do Estado para uma fábrica de software em Curitiba, a qual não se concretizou; a marcação de consultas e leitos hospitalares, serviço terceirizado e que hoje é realizado pela Celepar; e a nova marca da Celepar - esta ainda continua a mesma. Também era igual a preocupação com “Segurança de comunicação de dados na Internet”, matéria que consta na mesma edição.
Numa capa de 1997 aparece a pergunta que não quer calar: “Será que o mainframe morreu?” No mesmo ano outra matéria contemporânea: “Problemas com terceirização”. Em 1998 na edição de aniversário foi publicado um livro das crônicas da coluna “Flagrantes” sendo a grande maioria de texto do Pedro Kantek. Além do “Flagrantes”, o “Racha-Cuca” acompanha a revista desde seus primórdios.
Assim foi, é e será o Bate Byte, passando a limpo os desafios da informática de acordo com o seu tempo, armazenando o passado e pensando sobre o futuro. A revista é também o que agora chamamos de gestão de conhecimento e instrumento de formação.
Passaram-se treze anos e, talvez daqui a mais treze, alguém lendo a edição de vinte e seis anos do Bate Byte ache estranho as preocupações desta edição.