BB - Como foi sua trajetória profissional na empresa até chegar a Diretor Técnico. Pontos fortes e fracos.

Comecei na empresa como Analista de Sistemas, sendo promovido a Coordenador de Equipe de Desenvolvimento de Sistemas, Gerente de Desenvolvimento de Sistemas, Assessor da Diretoria Técnica, novamente Gerente de Projetos de Sistemas e finalmente Diretor Técnico, desde 1995.

Foi uma carreira de desafios importantes, onde considero como fato dos mais relevantes a oportunidade que tive de acompanhar e ter participação ativa em diversas transformações ocorridas na empresa, seja no aspecto de adequações tecnológicas, da sua forma de gestão, bem como na estratégia de relacionamento com seus clientes.

BB - A CELEPAR faz 37 anos dia 24 de novembro. Analise a trajetória histórica de crescimento da empresa, tanto na área técnica como em visão corporativa.

A CELEPAR, desde sua fundação, teve papel fundamental no suporte à evolução de processos estruturantes da Administração Pública de nosso Estado. Neste sentido, foram desenvolvidos e implementados sistemas informatizados que apóiam o trabalho de todos os órgãos do Estado. 

Este desafio, enfrentado no nosso dia-a-dia, nos permitiu uma grande evolução em aspectos tais como:

• Conhecimento dos processos de operação e de gestão da Administração Pública do Estado;
  

• Tecnologia da Informação ajustada ao estado da arte e compatível com as necessidades e restrições impostas aos nossos clientes;
  

• Métodos e técnicas aplicáveis aos nossos trabalhos. A nossa empresa tem uma tradição, reconhecida por diversas organizações, de busca da qualidade nestes itens.

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A CELEPAR, desde sua fundação, teve papel fundamental no suporte à evolução de processos estruturantes da Administração Pública de nosso Estado.
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BB - Como você define a CELEPAR hoje?

A CELEPAR hoje é uma empresa reconhecida pela importância do trabalho que realiza, mas que se vê frente a grandes desafios, tais como:

• Contribuir para melhoria significativa dos serviços do governo através do uso da Tecnologia da Informação;
  

• Evoluir nos aspectos de qualidade e produtividade, de modo a ser percebida como uma empresa de excelência no seu âmbito de atuação;
  

• Ampliar o seu âmbito de atuação, apoiada por seu acervo de conhecimento tecnológico e da Administração Pública, além do seu portfólio de produtos, de modo a fortalecer-se econômica e institucionalmente;
  

• Aprimorar seus processos de gestão e de relações internas, de modo a maximizar o retorno obtido de seus talentos individuais e propiciar perspectivas profissionais mais claras e atraentes a seus colaboradores.

BB - Falando-se em trajetórias, como você define o relacionamento da CELEPAR com fornecedores e parceiros de tecnologia, ontem e hoje?

A relação evoluiu muito nos últimos anos. A empresa não é apenas uma compradora de produtos e serviços. Ela espera ter parceiros comprometidos com o desenvolvimento de soluções que melhorem a Administração Pública, levando em conta as limitações que temos que conviver. Isto tem sido um desafio para nossos fornecedores.

BB - Qual a política que deve ser adotada pela empresa, para que ela possa ser fortalecida perante os Clientes (internos, externos e mistos), o Povo e o Governo?

O fortalecimento da empresa se dá pela percepção por parte de seus clientes da sua utilidade, ou seja, da relevância dos serviços que presta. Assim sendo, tem sido um objetivo da empresa identificar e desenvolver serviços que possam fazer diferença, tanto para o funcionamento da máquina pública do nosso Estado, quanto para as pessoas que necessitam de serviços públicos de qualidade. As iniciativas de governo eletrônico (e-Paraná) indicam a forma que estamos buscando para atender a estas necessidades.

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O fortalecimento da empresa se dá pela percepção por parte de seus clientes da sua utilidade, ou seja, da relevância dos serviços que presta.

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BB - Que avaliação a CELEPAR faz do programa de apoio à pós-graduação dos empregados, cerca de 10 anos após sua implantação?

O programa de apoio à pós-graduação trouxe resultados importantes para a empresa, à medida que, aproximando seus colaboradores da academia e da pesquisa científica, também agregou novo estilo de pensamento, linguagem e funcionamento que tem influenciado positivamente sua forma de trabalho. 

É claro que, como qualquer iniciativa, este é um programa que exige aprimoramentos, para que possamos ter o melhor retorno possível para seus participantes e para a empresa.

BB - Até que ponto é possível pensarmos na chamada "Sociedade da informação"? Qual é o papel do Governo do Estado em relação à inserção do cidadão nesta sociedade.

Vivemos atualmente um ciclo em que relações entre pessoas, Instituições Privadas e Públicas estão sendo redesenhadas, tendo em conta as oportunidades oferecidas pela evolução da Tecnologia da Informação. É claro que esta questão não pode ser considerada isoladamente, pois convive com todas as demais diferenças e problemas da nossa sociedade, de certa forma acentuados no nosso país. Uma visão e ação puramente econômicas desta situação levariam, sem dúvida, ao aprofundamento do distanciamento social, pois segmentos expressivos da população seriam "marginais" da Sociedade da Informação. Felizmente, existem diversas iniciativas de reversão deste quadro, com atuações positivas de organizações de toda a natureza, destacando-se o governo com ações como: ampliação de serviços à população via governo eletrônico; multiplicação de pontos de acesso a estes serviços; programas de "alfabetização digital" à população; e ampliação significativa do número de laboratórios de informática em escolas públicas.

A Tecnologia da Informação, associada a estas iniciativas que vêm sendo empreendidas poderá ser uma das "pontes" para redução das distâncias na Sociedade da Informação.

BB - Em relação ao futuro, quais as perspectivas sobre os principais projetos da CELEPAR /2002?

Durante o ano de 2002, estaremos envolvidos em grandes e importantes projetos, como por exemplo: O Sistema de Gestão Previdenciária para a Paraná Previdência, o novo Sistema de Gestão de Recursos Humanos do Estado; os Sistemas de apoio à Polícia Civil; Novos sistemas e evolução dos Sistemas da Secretaria da Fazenda em nova plataforma tecnológica; consolidação de serviços a Prefeituras, evolução do projeto de Governo Eletrônico, entre outros.

BB - Cerca de uns 5 ou 8 anos falava-se muito na tendência de privatização das empresas estaduais de informática. Hoje, ninguém mais fala nisso. O que aconteceu? Em termos de política pública, vale a pena para o Estado manter suas empresas de informática como estatais?

O modelo de funcionamento das organizações de informática pública nos Estados é um tema que continua em foco e que tem levado a algumas mudanças em relação a modelos consolidados e predominantes nos Estados brasileiros, como no caso do Paraná, que implementa a Política de Informática Pública através de uma Companhia de Economia Mista, a CELEPAR. Os debates têm indicado que não há uma fórmula única e que seja determinante do sucesso dessas organizações. O modelo, seu funcionamento e resultados são decorrentes da conjuntura política e de funcionamento de cada Estado. O fundamental, e que independe do modelo, é que sejam preservados alguns papéis de qualquer tipo de entidade central de Informática Pública, assegurando a qualidade, continuidade e racionalidade dos serviços prestados à Administração Pública.

Quanto à privatização das empresas, esta tese não se mostrou consistente, pois estas empresas prestam serviços quase que exclusivamente aos governos e eventuais compradores teriam muito mais interesse nos clientes das empresas do que nos seus ativos.

BB - Qual a tendência do modelo de informatização para o Governo do Estado nos próximos anos?

A evolução tecnológica tem sido grande motivador de mudanças na forma de trabalho da CELEPAR em conjunto com os demais órgãos do Estado. É muito difícil fazer previsões de longo prazo, mas percebe-se uma tendência de aumento de complexidade nas estruturas de suporte tecnológico a soluções, envolvendo múltiplas tecnologias e plataformas, além de requisitos cada vez maiores de segurança, disponibilidade e integração. Por outro lado, as alternativas de uso das tecnologias disponíveis devem representar grandes oportunidades, que poderão revolucionar o funcionamento dos serviços públicos.

A CELEPAR terá que se ajustar, convivendo nesta possível realidade, ampliando suas parcerias com fornecedores, Universidades, Instituições congêneres, segmentos da sociedade e as estruturas dos órgãos visando dar as respostas exigidas neste contexto.