Flagrantes

Telefone do presidente

Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro– GAC



Foi um presidente que esta casa teve no final dos anos 60 (há quase 35 anos...). A empresa era pequena, tinha menos de 100 funcionários (e 1 computadorzão) e trabalhava-se muito, ganhava-se razoavelmente bem mas, principalmente, divertia-se muito.

Como empresa pequena que era, o ambiente era festivo e muito gozador. E o Presidente, no começo até que tentou coibir as brincadeiras, pelo menos aquelas nas quais ele era co-adjuvante, mas viu que nem nessas ele tinha sucesso.

Os telefones de então não eram essa maravilha que são hoje, eram barulhentos e mesmo a voz mais maviosa que existia saía do outro lado como o Pato Donald falando: era um grasnido só.

Disso se aproveitava o bando de gozadores para, de tempos em tempos, telefonar para alguma vítima e dizer a sério: Fulano, aqui é o Presidente, venha na minha sala, por favor. A vítima largava o que estava fazendo, corria para a diretoria, entrava na sala do presidente e: Pois não, Presidente. Sim, o que você quer? Quem quer é o senhor que me chamou. Eu não chamei ninguém...e já pensando com seus botões: dai-me paciência Senhor.

Na semana seguinte variava a vítima, os dizeres eram um pouco diferentes, mas o resultado era quase o mesmo. Assim passou-se um tempo meio grande, o golpe até estava meio esquecido, quando um belo dia, o Presidente (ele mesmo) precisou falar com o Moisés. Não teve nem dúvida, passou a mão no telefone e: Moisés, é o Presidente. Por favor venha na minha sala. Deve ter tomado um susto quando ouviu de resposta: Ah é? é o Presidente? Pois aqui quem está falando é o Papa. Resolvi sair de Roma e estou visitando a CELEPAR. Ah, e diga pro Presidente que se ele quiser falar com o Moisés ele que levante a *** da cadeira e vá procurá-lo na sua sala.

Parece que pelo resto daquele ano (estávamos em março) a turma não fez mais nenhuma brincadeira, nem elástico atiraram uns nos outros. Até dezembro.

Retratação

A nossa colega Alba não gostou de eu ter usado seu nome na crônica do mês passado, para referir-se a uma pessoa que nada tinha a ver com ela, e sobretudo que era "desligada". Ficam aqui as minhas desculpas à Alba, não usarei mais o seu nome. Apenas como atenuante da minha mancada, gostaria de dizer que "desligado" para mim não é negativo, pelo contrário, é elogio.