Flagrantes :Fatal Error, A Revanche!
Autor : João Luis Nascimento Palhares - GPT - Ramal 332
Fatal Error, A Revanche!-
Preguiçosamente sentado na frente de um teclado de microcomputador fiquei contemplando, por bastante tempo, o piscar intermitente do cursor na tela - imaginava o que de interessante dizer nestas linhas. Afinal, não é todo dia que a oportunidade vem bater à nossa porta permitindo escrever numa coluna que sempre foi abrilhantada pelos "causos" do nosso colega Kantek.
De repente me veio a mente uma expressão curiosa de um caso já contado aqui. Lembram-se do FATAL ERROR? Aquele de uma funcionária nova na empresa que cuidadosamente cobriu com uma capa o computador que utilizava após aparecer este inesperado Fatal Error na tela? Se não lembram procurem pelo "Flagrantes" do número 39, pois vale a pena recordar.
Pois bem, passados anos desse episódio o Fatal Error resolveu fazer uma revanche, e adivinhem quem foi escolhido? A mesma funcionária! Só que desta vez de forma mais inusitada, e não mais na antiga divisão, pois nossa colega após ter sido selecionada em concurso interno, passou, toda orgulhosa, a atender ligações dos clientes Celepar. O sucesso batia à sua porta trazendo mudança de ares e um serviço totalmente novo. Que beleza!
Mas, como nem tudo eram flores e com o dinheiro curto, nossa amiga resolveu ser uma "mini- micro-empresária" do forno e fogão. Pois em dado momento ela disse: "Não aguento mais essa vida sem dinheiro! Vou começar a aceitar encomendas da minha deliciosa torta de frango!"
Todos olharam para aquele início empresarial, com misto de espanto e curiosidade, e as especulações começaram a todo vapor. E ela complementava: "Daí também já faço de camarão e já poderei diversificar, e coisa e tal...". E por aí foi. Até o valor de cada torta já estava decidido. E, quando ela parou de falar, o que já era de espantar, pois normalmente é muito quietinha, alguém disse: "Mas Gineide, como você já está com preço e tudo se ainda nem fez uma pesquisa de mercado? É necessário saber quanto custa cada ingrediente, calcular as perdas, uso do gás, limpeza, e um monte de outras coisas.". Ao que ela retrucou: "Bah, pensam que sou boba? Que nada, sou muito da poderosa! Vocês vão ver! Vou até preparar uma na hora do almoço e trazer para a gente fazer um lanchinho à tarde. Podem esperar seus faladores!!". E após tanta convicção outra colega já encomendou uma torta e todos saíram para o almoço.
Às 13:15 já tinha gente olhando para a porta do elevador esperando a tão sonhada torta. Alguns, mais afoitos, nem tinham almoçado o que costumavam lembrando da promessa da tarde. E os minutos foram passando, passando, e nada da Gineide. Quase 3 da tarde ela aparece toda agitada contando o que acontecera. Depois de deixar a cozinha de sua mãe, que acompanhava a tudo com olhar atento, parecendo pandemônio, com farinha de trigo espalhada por todos os cantos, além de travessas e outros apetrechos todos por lavar, ela já ía saindo de casa quando sua mãe diz com naturalidade: "Que bom que eles tem fogão por lá, não é filha?" Gineide vira-se e ajunta irritada com a observação: "Para que mãe? Parece que não pensa? Onde já se viu ter fogão lá no setor? Parece que bebeu!" A mãe, sem perder a linha, e pensando - essa filha! - diz: "Eles então vão comer crua assim mesmo?". A Gineide quase que desmonta no chão. Não é que ela havia esquecido de algo tão elementar como assar a torta antes de levar para ser comida? Fazer o quê? Teria que chegar mais tarde se quisesse cumprir o prometido. E assim foi.
Não é preciso dizer o que aconteceu com os ambiciosos planos da Gineide em se tornar uma mini-micro-empresária do setor de alimentação, não é? Deu um grande e majestoso FATAL ERROR culinário! Ah, tem mais um pequeno detalhe: a colega que já tinha feito a primeira encomenda recebeu sua torta como prometido, porém crua e toda "amassadinha" num dos cantos da embalagem de alumínio, pois a nossa "quase empresária" havia colocado a encomenda em uma sacola plástica de lado! E com todas as sacudidas no ônibus na volta, empurrões e tudo o mais, imaginem a surpresa da outra quando abriu a embalagem em casa! Outro Fatal Error?