Flagrantes: Pobre Telefonista


Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro– GAC

Esta casa já conta, nos seus quase 40 anos de existência, com uma galeria de tipos inesquecíveis. A Telefonista da época, além de saber de cor todos (todos!) os telefones importantes de todos (todos!) os funcionários, era gentil e educada, tinha voz de aeroporto (parecida com a da Iris Letieri), e não eram poucos os clientes, amigos e conhecidos que telefonavam para cá, meio à toa, só para ouví-la.

A Telefonista, na época do causo, trabalhava na frente da diretoria, de costas para ela e de frente para o "Aquário". Este, por sua vez, não era o ambiente clean que é hoje. Era atulhado de cartões e listagens. O computador era imenso, havia corredores e cubículos, parecia um labirinto.

Uma vez o Diretor estava a conversar animadamente com a Telefonista, pelo telefone. Ela estava de costas para ele, separados por uns 20 metros e ambos de frente para o "Aquário".

Um Operador, de quem não se pode dizer o nome, trabalhava entre duas impressoras dentro do "Aquário". Percebendo a comunicação existente entre a Telefonista e o Diretor, que estavam ambos de frente para ele, imediatamente armou o golpe. Esperou o Diretor estar distraído na conversa e enquanto a Telefonista (e só ela) olhava para ele, ele saiu de trás das impressoras, virou-se de costas e abaixou as calças. A pobre Telefonista tomou um susto, deu uma gaguejada e, bem ou mal, continuou falando com o Diretor. Este, achou estranho, levantou os olhos e viu tudo normal: as costas da Telefonista e o Operador lá longe, dentro do "Aquário", trabalhando normalmente.

Mais 3 vezes o Operador saiu de detrás das impressoras, e abaixou as calças. Que coisa! Até hoje o Diretor deve estar achando que a Telefonista estava com uns achaques meio diferentes por aqueles dias.