Lugar de Gente Grande é na Internet

Autora: Adriana Aparecida Malinoske - Estagiária da GPS



A Internet está se tornando um lugar de gente grande, importante. Essa "gente" responde pelo nome de AMERICANAS, UNIBANCO, BRADESCO, YÁZIGI, SICILIANO, CULTURA, SARAIVA E TANTAS OUTRAS. Todas investindo maciçamente seus recursos para apresentar seus serviços e produtos na Internet.

Mas o que está levando empresas tradicionais a apostar tanto na Internet? (tradicionais no nosso caso significam empresas que existem fisicamente, ao contrário daquelas que já nasceram virtuais como a famosa amazon.com).

Antes de tentar responder esta questão vamos ver alguns dados:

* Das cinqüenta empresas privadas brasileiras que investem em tecnologia, 88% já utilizaram a Internet para transações comerciais;

* Com vários serviços disponíveis na Internet (alguns serviços são exclusivos para a rede como o e-card) o Bradesco já conta com mais de 5.331 servidores. Usando rádio e fibra óptica para tornar o acesso mais rápido;

* As Lojas Americanas já entraram na jogada disponibilizando um grande número de produtos a venda pela Internet. Para criar toda sua estrutura tecnológica, gastou em torno de R$ 9.000.000,00 e pretende investir mais 19 milhões neste ano;

* A escola de línguas Yázigi treina seus funcionários em comunidades virtuais e seus alunos fazem o "dever de casa" via web. Já são mais de 45.000 contas de e-mail distribuídas;

Porque empresas estão investindo tanto na Internet?

A Internet está se transformando num importante instrumento para os negócios.

Ela representa uma verdadeira vantagem competitiva, pois o mundo inteiro está se conectando por meio dela e nenhuma empresa pode virar as costas a esse fato.

A empresa pode se conectar virtualmente com fábricas e distribuidores, reduzindo assim o tempo dos atrasos e a necessidade de utilização de papéis. Pode efetuar compras em linha, diminuindo os custos de inventário e aumentando a disponibilidade para seus clientes. Pode agilizar suas relações financeiras com clientes e fornecedores habilitando sistemas de faturamento e pagamento através da Web. O resultado? As empresas conseguem reduzir custos ao processar os pedidos de forma mais eficiente; ao manter o mesmo ritmo de atendimento reduzindo, assim, gastos de inventário e armazenamento, ao mesmo tempo que consolidam a lealdade de seus clientes.

Um fator que leva empresas a apostar na Internet é o fato de estarem ameaçadas de extinção no "mundo real". Os grandes varejistas e lojas de departamento estão passando por essa experiência: os negócios já vão mal na loja tradicional e em vez de esperar pela concorrência também na Internet eles mesmo se lançam no mundo virtual. O problema desta solução aparente é que a própria empresa se torna sua concorrente. Um caso claro disso é a recém-inaugurada americanas.com.br. A loja virtual das Americanas está roubando clientes da loja tradicional!!! "Quem melhor do que nós para nos canibalizarmos? Melhor fazermos, do que deixar a tarefa para os outros", diz Eduardo Chalita, diretor de expansão das Lojas Americanas.

As lojas de varejo e departamentos não têm ainda dados muito seguros sobre quantos de seus clientes estão deixando de fazer compras com "carrinhos" e "cestinhas" para fazê-las pela Internet. Mas têm medo de que quando descobrirem seja tarde demais...

Motivos para entrar no mundo virtual ainda não faltam.

Um grande motivo é o mercado de capitais. As Bolsas de Valores vêm sendo bastante generosas com as "e-empresas". As ações das empresas na Internet alcançam níveis estratosféricos. Não é raro, aliás, é com bastante freqüência que lemos ou ouvimos que alguma empresa recém-lançada na Internet já vale 7 milhões de dólares, 10 milhões de dólares. A diferença entre as empresas tradicionais nas Bolsas de Valores é que as tradicionais ainda são avaliadas por critérios antiquados, enquanto as empresas.com são tratadas distintamente e possuem até uma bolsa própria, a NASDAQ.

Teme-se que essa supervalorização seja apenas um golpe para movimentar o mundo da tecnologia e que, em algum momento, essas empresas virtuais possam ruir de forma mais desastrosa do que as tradicionais poderiam. Como comentou um analista da Bolsa: "dizer que tal empresa virtual vale 20 milhões e movimentar suas ações é como dizer que possuímos um cachorro que vale 20 milhões e queremos trocá-lo por dois gatos de 10 milhões cada...".

Problemas, problemas...

Expectativa de rentabilidade a curto prazo já quebrou muitas empresas virtuais. Empresas virtuais demandam muita flexibilidade, autonomia e velocidade. E o retorno esperado, bem..., muitas vezes só a longo prazo!

Muitas empresas tradicionais ainda não sabem muito bem como proceder em algumas decisões críticas: manter duas equipes de venda? Uma para a Internet e outra para a tradicional? Duas equipes de marketing? Comissão por negócios na tradicional e participação acionária na Internet???

Essas são apenas as preocupações iniciais para as empresas que vão se aventurar na Internet. O "caminho das pedras" é muito doloroso para quem está se aventurando no mundo virtual. Mas quando tudo começa a dar certo... Quando se torna possível colher os "louros da vitória" do e-commerce. Oh!!! Mas isso já é outra história...

Não tão grande e nem tão importante...

E as empresas mais modestas? Onde ficam no mundo virtual?

Bem, ainda não ficam...

Empresários de menor poder de investimento ainda têm muitas reservas em tentar se arriscar na Internet. E quando falamos "arriscar na Internet" não é apenas colocar o catálogo de produtos num site estático. Coisa que muitas pequenas empresas fazem e, aliás, não obtêm nenhum lucro com isso...

Arriscar na Internet, criar e-business, ainda são termos que assustam as empresas menores. Isto se deve a muitos fatores: investimento requerido muito alto; falta de conhecimento; história de colegas que se deram mal. Para citar alguns.

O fato é que as pequenas empresas ainda não sabem o que podem fazer neste adorável mundo novo. Então decidem não fazer nada!!!

Quero ser grande!!!

E onde nós, cidadãos do mundo, entramos nessa?!?!

Abra bem seus olhos!!! Estima-se que mais de cem mil brasileiros serão contratados por empresas ligadas à Internet, só neste ano!!!

Com o número cada vez maior de empresas virtuais abrindo suas portas (janelas, neste caso), oportunidades é que não faltarão para aqueles que se mantêm atualizados com as novas tecnologias. A Internet está criando um mundo novo: novas técnicas de administração, de marketing, de programação, de análise,... E quem busca conhecer e fazer parte deste novo mundo pode até sonhar com sua parcela de milhares de dólares...

Quem sabe, arriscar sair do emprego tradicional, juntar-se com uns colegas da faculdade e abrir a própria empresa.com?

Seu futuro negócio pode não ser pioneiro. Mas devido à característica da Internet de criar comunidades de usuários unidos por interesses, você pode criar algo bastante diferenciado para algumas dessas comunidades. Basta fugir do óbvio...

"Portal Especializado" é o termo do momento. Criar um site com conteúdo bem específico pode ser um bom negócio. Basta ter um número grande de pessoas que se interessem pelo assunto... Conseguir uma boa e grande comunidade em torno do seu "Portal Especializado", e... Bingo!!! Seu e-negócio começa...

Podem ser bons negócios também (mas requerem capital para investimento inicial): comércio eletrônico; Business-to-Business; formação de comunidades, vídeo e multimídia; leilões; Marketing por e-mail; ensino à distância.

Oportunidades é que não faltam. Na Internet brasileira falta fazer praticamente tudo...

Para saber mais sobre o assunto, visite os links abaixo:

Disponível na Internet.
http://www.e-businessworld.com/ebiz_bestchan_portuguese.html (notícias sobre empresas na Internet)

Disponível na Internet.
http://www.br.ibm.com/e-business/portugues/whatis.html (O que é e-business?)

Disponível na Internet.
http://www.widesoft.com.br/site/wide_ecommerce.html (notícias sobre empresas na Internet)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAUER, Marcelo. Negócios na Internet : grana à vista na Web. Info Exame, São Paulo, v. 14, n. 160, p.35-44, jul. 1999.

DRUCKER, Peter. O futuro já chegou. Exame, São Paulo, v. 34, n. 6, p.112-138, 22 mar. 2000.

MILITELLO, Kátia. Pesquisa Info : empresas mais ligadas do país: a era do ponto COM. Info Exame, São Paulo, v. 15, n. 169, p.50-55, abr. 2000.

VASSALLO, Cláudia. "Fui": porque todo mundo quer ir para Internet. Exame, São Paulo, v.34, n. 6, p.167-175, 08 mar. 2000.