O Fim da Picada - Aranha Marrom

Autoras: Iolanda Oliveira Barcelos - GPT, Gislene Lessa - IAP

Trabalho final do Curso de Especialização em Geoprocessamento/94 da UFFR das alunas Gislene Lessa (IAP) e Iolanda Oliveira Barcelos (CELEPAR).


Introdução

Por razões ainda desconhecidas, ou apenas supostas, Curitiba e Região Metropolitana vêm sendo, nos últimos sete anos, o habitat preferido de aracnídeos do gênero Loxosceles (aranha marrom) que se têm proliferado exageradamente e como conseqüência, provocado um grande número de acidentes aracnídeos na cidade, os quais causam lesões graves que podem evoluir para o óbito.

A população das aranhas marrons em Curitiba vem crescendo geometricamente, a julgar pelas estatísticas de acidentes loxoscélicos que registraram 100 casos em 1986 e mais de 2000 em 1994. Tal evolução supera, assustadoramente, as médias
nacionais, em torno de 50 casos anuais.

As primeiras iniciativas para enfrentar o incremento do loxoscelismo na capital paranaense datam de 1990, quando a Secretaria Estadual da Saúde (SESA) e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS), junto com o Instituto Butantã começaram um trabalho de identificação da espécie predominante na cidade, a produção de soro específico, mapeamento dos acidentes, treinamento visando o diagnóstico precoce do loxoseclismo e o tratamento adequado.

Passo significativo foi dado no início de 1993 com a constituição da Comissão Municipal de Estudo da Loxosceles, composta por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Universidade Federal do Paraná e Fundação Nacional de Saúde. Coordenada pela SMS, visando:

1) Desenvolver projeto de pesquisa para identificar as espécies predominantes e a ação do veneno de cada espécie;

2) Conhecer fatores predisponentes para o aumento do número de casos loxoscelismo;

3) Ofertar à população atingida tratamento precoce, minimizando seqüelas, além de medidas preventivas.

Na Secretaria de Estado da Saúde há o CIT - Centro de Informações Toxicológicas (ramal 148) que presta informações à população. As ocorrências são notificadas nos Postos de Saúde e Pronto-Socorros da cidade e encaminhadas à Secretaria de Saúde.

As fichas com dados das ocorrências datam de 1988 a 1994 num total de 7.300 casos registrados em Curitiba.

Apesar de estarem acontecendo diversos esforços para resolver o problema, observou-se que as estatísticas resultantes das pesquisas não estão especializadas, não permitindo, portanto, uma fácil visualização do universo dos dados. Por isso resolveu-se aplicar a ferramenta de Geoprocessamento para tratar os dados espacialmente, permitindo, assim, diversos tipos de análises com todos os cruzamentos possíveis das informações.

Objetivo

Este aplicativo visa aumentar a eficiência do processo de busca de respostas para solucionar o problema da incidência da aranha marrom. Também pretende criar uma metodologia de tratamento e de apresentação dos dados para a área da Saúde.

O Geoprocessamento é a ferramenta adequada tanto para a melhor visualização, como para a análise dos dados disponíveis. Permitirá testar hipóteses, selecionar fatores determinantes do aumento de ocorrências dos acidentes e selecionar aspectos relevantes no universo dos dados. Será uma ajuda na busca dos porquês e na tomada de decisões.

Metodologia

O projeto de aplicação de geoprocessamento apresentado será desenvolvido em duas fases:

1) Fase de Espacialização dos Dados

2) Fase do Detalhamento de uma área selecionada.

Na 1ª Fase estudar-se-á a evolução histórica, especializando-se as ocorrências na cidade de Curitiba desde 1988 até 1994, buscando-se selecionar uma área para detalhamento. Junto à Saúde, estabeleceremos critérios para seleção da área que será detalhada. Como exemplo, pode ser a área com maior concentração de ocorrências. comparando com a menos afetada.

Na Fase de Detalhamento, trabalha-se a área selecionada, cruzando informações de condições de clima, cobertura vegetal, densidade demográfica e dados sócio-econômicos da população. Nessa fase, pode-se chegar a nível de quadra e propriedades, com informações sobre os materiais usados nas construções. Esses dados adicionais serão agregados aos já existentes. Se julgar conveniente.


Recursos necessários

Software:

Serão utilizados do software ARC/INFO os módulos ARCEDIT E ARCPLOT para trabalhar dados espaciais, o aplicativo será desenvolvido em linguagem AML e será utilizado o modulo ARCVIEW II para mostrar o resultado.

Também será utilizado o AUTOCAD para a digitalização dos dados.

Hardware:

Será utilizada a workstation HP da UFPR - CIEG e os demais recursos disponíveis, como mesa digitalizadora plotter, micro computador PC.

Peopleware:

Alunas do Curso de Especialização em Geoprocessamento, Gislene Lessa (IAP) e lolanda Oliveira Barcelos (CELEPAR), o Analista de Atendimento Aldo do Couto Costa (CELEPAR), Rodrigo, estagiário que será disponibilizado pela SESA. A usuária responsável por parte do cliente SESA é a médica dra. Antonieta Milleo Handar, responsável pelo trabalho no CIT. A orientação do Projeto estará a cargo da Profa Mirna Luiza Cortopassi Lobo.

Área do projeto

Apesar de ocorrerem casos de acidentes com a aranha marrom em toda a Região Metropolitana, a área de estudo para esta aplicação será a cidade de Curitiba, por esta apresentar-se mais significativa em relação aos dados disponíveis.

A SESA dispõe de Fichas de Notificações de Acidente por Animal Peçonhento desde 1989 até o presente, com um total de 7.300 casos registrados em Curitiba. Trabalhar-se-á com uma amostragem de toda essa série histórica.

Obtenção dos dados

Os dados relativos aos limites do Município com divisas de bairros e às áreas verdes já estão disponíveis no CIEG, na escala 1:20.000, em coverages geradas pela equipe das alunas do curso de Especialização em Geoprocessamento/94 Cyntia Mara Costa (MINEROPAR) e Mara Cristina S. Taracievicz (IPPUC).

O mapa de Curitiba na escala 1:20.000, digitalizado pelo IPPUC, já está disponibilizado no CIEG e sobre ele serão identificado os endereços das vítimas, disponibilizados pela SESA.

Os dados alfanuméricos relativos às condições climáticas serão obtidos junto ao SIMEPAR.

E os referentes à densidade demográfica e à codificação dos bairros já estão disponíveis no CIEG.

Cronograma

Avaliação das necessidades dos usuários
fev - mar 95

Escopo do projeto negociado com o usuário e a UFPR
abr 95

Pesquisa de bibliografia
abr 95

Coleta de dados ainda não disponibilizados
mai 95

Tratamento dos dados
jun 95

Desenvolvimento do Aplicativo
jun a jul 95

Conclusões
ago 95