O significado da qualidade em educação
Autor: Emannuel Padilha - Fundepar
Com o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias, a concepção de administração foi levada a evoluir para uma busca contínua de atingimento dos objetivos do negócio. A eficácia passou a ser o fundamento do esforço administrativo.
Trazido tal conceito para a educação, temos que diretores e professores precisam ser estimulados a se verem como empreendedores. Terem uma percepção clara do que é esperado da educação, tanto como processo que educa, quanto como estrutura que a viabiliza.
Oportunamente, o Governo do Estado está dando uma ênfase maior ao treinamento e ao aperfeiçoamento dos professores, o que é muito bom.
É necessário, porém, para direcionar o esforço do aperfeiçoamento, que se defina, nos aspectos de pesquisa e desenvolvimento e, em especial, na compreensão do que é, para todos nós, a qualidade do ensino em todas as facetas do processo. É preciso ter disponível a resposta para a questão: Aperfeiçoar para quê?
Planejar estrategicamente para realizar o resultado desejado só será possível, com a eficácia requerida, após essa definição concreta e clara.
O significado da qualidade do ensino, desde o vigia da escola mais distante ao Governador do Estado, precisa ser o mesmo. É claro que terão percepções diferentes, mas não antagônicas. O conceito, no que for fundamental, tem que ser único.
A qualidade do ensino depende de todo o ciclo da educação. Inclui a pesquisa das necessidades dos clientes: Estado, Comunidade, Família, Educando, Administração Escolar, Servidores do Estado de todos os níveis vinculados ao processo educacional; a concepção do resultado - aluno educado - nos níveis esperados; a aquisição dos conhecimentos, dos materiais e equipamentos necessários; o aperfeiçoamento dos professores e demais servidores, o processo pedagógico de obtenção de conhecimentos, o espaço utilizado; a adequação desse espaço aos fins desejados; o envolvimento da comunidade servida, a oferta de oportunidades, os compromissos assumidos com os clientes, a análise e acompanhamento dos resultados, a avaliação dos planos e as correções necessárias.
Todos esses aspectos precisam ter procedimentos relativos à qualidade ao alcance de todos. Conhecimento e comprometimento formam a base do sucesso.
Para que se possa oferecer o conhecimento adequado à compreensão do que, cada um, na sua atividade, precisa contribuir para a qualidade ser alcançada, é necessário decodificar o conceito e as tarefas correspondentes a cada atividade. Só quando se obtém a compreensão clara do que é esperado de nós é que podemos nos sentir motivados e comprometidos.
Desse modo, qualidade do ensino envolve a todos, precisa de todos e cabe à toda a Educação, entendida esta, como todos os organismos que têm participação no processo educacional.
Tal como a Qualidade Total, que verificou ser necessário incluir fornecedores e clientes no esforço, também a Educação precisa fazê-lo. Comunidade, prefeitura clubes de serviço, associações comerciais, enfim, todas as forças vivas da sociedade precisam ser chamadas a colaborar.
Todo sistema educacional precisa ser revistado pelos seus agentes. O ambiente externo ao sistema tornou-se turbulento; as expectativas sociais mudaram, o estado do Paraná evoluiu. Somente num processo contínuo de aprendizagem é possível manter atuais os procedimentos em uso e, para isso, como sugere Garvin, precisamos: resolver problemas de forma sistemática, experimentar novas abordagens, aprender com o passado, aprender com as melhores práticas dos outros e transferir conhecimentos.
Manter o sistema educacional em contínua interação com o meio ambiente, tornando-o flexível, inovador, eficaz e participativo é o desafio proposto, enquanto estrutura organizacional para realizar a educação.
A eficácia, porém, está do outro lado da sala. O principal elemento do processo que é o indivíduo que aprende. Considerar a pessoa que aprende e não a que ensina como personagem central do processo é a característica das tecnologias modernas de aprendizagem.
"A aprendizagem, entendida como uma mudança no indivíduo, devida à interação desse indivíduo com o seu ambiente, que preenche uma necessidade e o torna mais apto a lidar adequadamente com o seu ambiente", como o define Burton, é preciso ser continuamente buscada no sistema educacional.
A busca da excelência na educação engloba necessariamente o fazer pedagógico, a gerência desse fazer e de todo o complexo sistêmico que ambienta esse fazer.
Um sistema eficaz que resulte, obrigatoriamente, num aluno educado, sempre que esse aluno mantenha sua "adequacidade" - entendida esta como a satisfação das exigências básicas do processo - durante o tempo previsto para essa realização. O sistema deve, também, ter instrumentos capacitados a avaliar e reajustar, com sucesso progressivo, os alunos que venham a apresentar distorções nessa "adequacidade", incluída sua saúde física e mental e sua motivação pessoal.
Ele, o aluno, não age por acaso, e sim movido pelas necessidades suas, de sua família ou grupo social. São vulneráveis às necessidades externas a si mesmo e elas o levam a decidir-se por seus objetivos como pessoa ou, o que é mais comum, pelos objetivos dos seus responsáveis. Essa realidade precisa estar contemplada no sistema. Como motivar pais, carentes de mão-de-obra familiar, a manter seus filhos na escola? Como garantir o maior comprometimento possível da comunidade com a escola seja como estrutura física, protegendo a, como espaço de evolução pessoal - respeitando-a e convivendo com ela? Como aumentar o interesse dos pais no aproveitamento escolar e reduzir o enfoque no "passar de ano"?
Essas e outras questões têm mais de uma resposta, dependendo da formação e das crenças de quem as responde.
Além de obtê-la, importa muito que componham um ideário congruente para o esforço educacional, com conteúdo e sustentação lógica para orientar docentes e discentes.
Compreender a escola de forma integrada e dinâmica, sob o prisma de um pensamento sistêmico e capacitado a fornecer-lhe instrumentos conceituais que a permitam atuar com disciplina metodológica e independência pedagógica, é uma questão que precisa ter como resposta propostas claras, conhecida e aceitas pelos envolvidos.
A escola, esse universo onde acontece o encontro do conhecimento com a ânsia do saber, precisa ser bem compreendida, não só como realidade atual, mas também como busca do futuro, do inusitado, do vir a ser.
Os desafios são muitos e são complexos, mas importa mais estar no caminho, cair e se levantar, como dizia Roosevelt, do que ficar à beira, não cair, e não ter nunca o mérito de vencer.
Com o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias, a concepção de administração foi levada a evoluir para uma busca contínua de atingimento dos objetivos do negócio. A eficácia passou a ser o fundamento do esforço administrativo.
Trazido tal conceito para a educação, temos que diretores e professores precisam ser estimulados a se verem como empreendedores. Terem uma percepção clara do que é esperado da educação, tanto como processo que educa, quanto como estrutura que a viabiliza.
Oportunamente, o Governo do Estado está dando uma ênfase maior ao treinamento e ao aperfeiçoamento dos professores, o que é muito bom.
É necessário, porém, para direcionar o esforço do aperfeiçoamento, que se defina, nos aspectos de pesquisa e desenvolvimento e, em especial, na compreensão do que é, para todos nós, a qualidade do ensino em todas as facetas do processo. É preciso ter disponível a resposta para a questão: Aperfeiçoar para quê?
Planejar estrategicamente para realizar o resultado desejado só será possível, com a eficácia requerida, após essa definição concreta e clara.
O significado da qualidade do ensino, desde o vigia da escola mais distante ao Governador do Estado, precisa ser o mesmo. É claro que terão percepções diferentes, mas não antagônicas. O conceito, no que for fundamental, tem que ser único.
A qualidade do ensino depende de todo o ciclo da educação. Inclui a pesquisa das necessidades dos clientes: Estado, Comunidade, Família, Educando, Administração Escolar, Servidores do Estado de todos os níveis vinculados ao processo educacional; a concepção do resultado - aluno educado - nos níveis esperados; a aquisição dos conhecimentos, dos materiais e equipamentos necessários; o aperfeiçoamento dos professores e demais servidores, o processo pedagógico de obtenção de conhecimentos, o espaço utilizado; a adequação desse espaço aos fins desejados; o envolvimento da comunidade servida, a oferta de oportunidades, os compromissos assumidos com os clientes, a análise e acompanhamento dos resultados, a avaliação dos planos e as correções necessárias.
Todos esses aspectos precisam ter procedimentos relativos à qualidade ao alcance de todos. Conhecimento e comprometimento formam a base do sucesso.
Para que se possa oferecer o conhecimento adequado à compreensão do que, cada um, na sua atividade, precisa contribuir para a qualidade ser alcançada, é necessário decodificar o conceito e as tarefas correspondentes a cada atividade. Só quando se obtém a compreensão clara do que é esperado de nós é que podemos nos sentir motivados e comprometidos.
Desse modo, qualidade do ensino envolve a todos, precisa de todos e cabe à toda a Educação, entendida esta, como todos os organismos que têm participação no processo educacional.
Tal como a Qualidade Total, que verificou ser necessário incluir fornecedores e clientes no esforço, também a Educação precisa fazê-lo. Comunidade, prefeitura clubes de serviço, associações comerciais, enfim, todas as forças vivas da sociedade precisam ser chamadas a colaborar.
Todo sistema educacional precisa ser revistado pelos seus agentes. O ambiente externo ao sistema tornou-se turbulento; as expectativas sociais mudaram, o estado do Paraná evoluiu. Somente num processo contínuo de aprendizagem é possível manter atuais os procedimentos em uso e, para isso, como sugere Garvin, precisamos: resolver problemas de forma sistemática, experimentar novas abordagens, aprender com o passado, aprender com as melhores práticas dos outros e transferir conhecimentos.
Manter o sistema educacional em contínua interação com o meio ambiente, tornando-o flexível, inovador, eficaz e participativo é o desafio proposto, enquanto estrutura organizacional para realizar a educação.
A eficácia, porém, está do outro lado da sala. O principal elemento do processo que é o indivíduo que aprende. Considerar a pessoa que aprende e não a que ensina como personagem central do processo é a característica das tecnologias modernas de aprendizagem.
"A aprendizagem, entendida como uma mudança no indivíduo, devida à interação desse indivíduo com o seu ambiente, que preenche uma necessidade e o torna mais apto a lidar adequadamente com o seu ambiente", como o define Burton, é preciso ser continuamente buscada no sistema educacional.
A busca da excelência na educação engloba necessariamente o fazer pedagógico, a gerência desse fazer e de todo o complexo sistêmico que ambienta esse fazer.
Um sistema eficaz que resulte, obrigatoriamente, num aluno educado, sempre que esse aluno mantenha sua "adequacidade" - entendida esta como a satisfação das exigências básicas do processo - durante o tempo previsto para essa realização. O sistema deve, também, ter instrumentos capacitados a avaliar e reajustar, com sucesso progressivo, os alunos que venham a apresentar distorções nessa "adequacidade", incluída sua saúde física e mental e sua motivação pessoal.
Ele, o aluno, não age por acaso, e sim movido pelas necessidades suas, de sua família ou grupo social. São vulneráveis às necessidades externas a si mesmo e elas o levam a decidir-se por seus objetivos como pessoa ou, o que é mais comum, pelos objetivos dos seus responsáveis. Essa realidade precisa estar contemplada no sistema. Como motivar pais, carentes de mão-de-obra familiar, a manter seus filhos na escola? Como garantir o maior comprometimento possível da comunidade com a escola seja como estrutura física, protegendo a, como espaço de evolução pessoal - respeitando-a e convivendo com ela? Como aumentar o interesse dos pais no aproveitamento escolar e reduzir o enfoque no "passar de ano"?
Essas e outras questões têm mais de uma resposta, dependendo da formação e das crenças de quem as responde.
Além de obtê-la, importa muito que componham um ideário congruente para o esforço educacional, com conteúdo e sustentação lógica para orientar docentes e discentes.
Compreender a escola de forma integrada e dinâmica, sob o prisma de um pensamento sistêmico e capacitado a fornecer-lhe instrumentos conceituais que a permitam atuar com disciplina metodológica e independência pedagógica, é uma questão que precisa ter como resposta propostas claras, conhecida e aceitas pelos envolvidos.
A escola, esse universo onde acontece o encontro do conhecimento com a ânsia do saber, precisa ser bem compreendida, não só como realidade atual, mas também como busca do futuro, do inusitado, do vir a ser.
Os desafios são muitos e são complexos, mas importa mais estar no caminho, cair e se levantar, como dizia Roosevelt, do que ficar à beira, não cair, e não ter nunca o mérito de vencer.