Padrões: padronização dos processos para aumentar a qualidade do software

Autor: Cristiano Caetano

 

A qualidade e o mercado

Desenvolver software de qualidade não é mais um requinte para poucos, transformou-se num fator de competitividade num mercado cada vez mais exigente. O filósofo Nietzsche, no século passado, alertava: “Com o aumento da competição, a qualidade se torna mera propaganda. Vence aquele que melhor engana”. Essa receita é muito simples e fácil de seguir, todavia, quem tomar esse tipo de postura estará fadado ao fracasso. Nos dias de hoje, a qualidade tornou-se requisito imprescindível para garantir a sobrevida de um software no mercado. Portanto, neste contexto, podemos concluir que as empresas mais competitivas são as empresas que trabalham sob a ótica da melhoria contínua dos processos para aumentar a qualidade do processo de desenvolvimento e, conseqüentemente, aumentar a qualidade do produto final.

Padronização dos processos

Neste caso, podemos destacar a importância da padronização dos processos - desde a concepção até a entrega do produto final - como uma abordagem viável na introdução sistemática de qualidade. Essencialmente, um padrão estabelece dimensão a todas as tarefas rotineiras e, a melhor forma de executá-las. Todo padrão, por mais rudimentar que seja, oferece um alicerce fundamental ao processo de desenvolvimento de software, garantindo que todas as etapas atinjam resultados previsíveis e de qualidade assegurada. Além disso, uma tarefa padronizada poderá ser medida com maior eficiência, fornecendo métricas precisas para determinar a efetividade da abordagem por meio de índices de produtividade, curva de aprendizado, entre outros. Afinal, quem consegue medir o caos?

Uma abordagem padronizada estabelece uma linguagem comum entre os membros de uma equipe, estimulando o intercâmbio de conhecimento e, conseqüentemente, otimizando a execução de todas as tarefas. Assim sendo, os padrões não poderão, em hipótese alguma, engessar a criatividade em função da burocracia. Além disso, os padrões deverão ser renovados, expandidos e aperfeiçoados ao passar do tempo para que não caiam em desuso ou fiquem desatualizados, caso contrário, deteriorarão a ponto de se tornarem inúteis.

Resistência aos padrões estabelecidos

Mas nem tudo são flores, apesar do alto grau de desenvolvimento tecnológico na área engenharia de software, a base fundamental do processo produtivo ainda está sob a responsabilidade de recursos humanos. Neste caso, de nada adianta criar padrões se ninguém executar as tarefas em conformidade com os padrões convencionados. Invariavelmente, haverá resistência por parte dos funcionários em utilizar uma abordagem padronizada. Neste caso, cabe ressaltar que é fundamental fazer de antemão, uma operação de motivação e envolvimento entre os funcionários e, pouco a pouco, medir o grau de aderência aos padrões estabelecidos.

Conclusão

É importante compreender que a qualidade não é um estado permanente, mas uma busca constante. Assim, em seu estado mais maduro, os padrões otimizarão todas as etapas do processo de desenvolvimento de software, aumentando a produtividade e minimizando o re-trabalho.