Racha Cuca
Novembro
Um certo rei oriental, querendo presentear um de seus súditos e ao mesmo tempo por à prova a inteligência deste, mandou chamar perante ambos 3 escravas. Estas eram parecidíssimas e usavam as mesmas vestes. O rei disse ao súdito:
- Vou lhe presentear com uma dessas escravas, mas para isso será necessário que você me responda com segurança o que eram essas jovens antes de serem minhas escravas. Antecipadamente lhe afirmo que uma era pastora e ela jamais mente; a outra era cigana e sua característica é mentir às vezes; a outra era ladra e posso lhe garantir que nunca fala a verdade.
O súdito chegou para a primeira da fila e perguntou:
- Quem são vocês?
- Eu sou a pastora, à minha esquerda está a ladra e a cigana às vezes mente.
- O súdito fez a mesma pergunta à segunda e esta respondeu:
- Eu sou a pastora, à minha direita está a cigana e a ladra sempre mente.
A terceira respondeu:
- Eu sou a pastora, à minha direita está a cigana e a primeira é a ladra.
Como raciocinou o súdito para sair vitorioso? Saiba que ele acertou a origem das três joves.
Resposta
O raciocínio foi o seguinte: se a ladra sempre mente, veremos pelas respostas qual só poderia ter falado mentiras. A primeira não pode ser pois afirmou uma verdade (a cigana às vezes mente). A segunda também não é, pois também disse uma verdade (a ladra sempre mente). A terceira poderá ser porque nada do que ela disse pode ser atestado como verdade, e uma das afirmações é uma mentira (a primeira é a ladra). Se ela mentiu com esta sentença, também o fez com a seguinte (eu sou a pastora) pois a pastora nunca mente. Notaremos então que a primeira não é a pastora pois afirmou que a sua direita estava a ladra e, como já vimos, não estava, e também mentiu ao se dizer pastora, sendo portanto a cigana, que às vezes mente. Resta então saber se a do meio é realmente a pastora. Ela falou a verdade ao dizer que a ladra sempre mente e também que à direita está a cigana, conseqüentemente também disse a verdade ao se dizer pastora.
Dezembro
Um homem branco foi feito prisioneiro de uma feroz tribo indígena. O cacique querendo demonstrar elevado grau de justiça, remeteu a sentença à inteligência do prisioneiro. Começou o cacique: "Você está numa cela onde existem duas portas, cada uma vigiada por um guarda. Existe uma porta que dá para a liberdade e outra para a morte. Você está livre para escolher a porta que quiser e por ela sair. Poderá fazer uma pergunta - apenas uma - a um dos dois guardas que vigiam as portas. Ah, ia esquecendo: um dos dois guardas responde sempre a verdade; o outro, invariavelmente, responde com uma mentira. Mas você desconhece qual guarda mente, ou qual diz a verdade. Boa sorte!"
O homem branco pensou bastante. Depois dirigiu-se a um dos guardas e fez uma única pergunta. Só uma. E lampejamente saiu pela porta que dava para a liberdade. Qual pergunta que o homem branco fez ao guarda?