Software livre 42 x 15 software proprietário
Este foi o resultado de uma disputa travada há poucos dias no PROCON-Pr. Este órgão da administração pública contava com uma rede local com algum grau de obsolescência. Há que se notar que a última evolução tecnológica efetuada pelo Procon foi no já distante ano de 1997, quando o volume de reclamações/atendimentos era equivalente a 50% do volume atual. Foram buscados recursos junto ao Governo Federal, através do programa denominado Rede Estadual de Defesa do Consumidor. Paralelamente, o PROCON e a Celepar trabalharam em novo sistema de informações denominado Procons Municipais para substituir o antigo Sistema de Defesa e Proteção do Consumidor que havia sido feito em Clipper, há mais de 10 anos.
O projeto original tinha um custo previsto de R$ 110.000,00 e nele estavam cotados 2 servidores (um de rede local e outro contendo a aplicação), 15 estações de trabalho, 2 impressoras, 1 licença de sistema operacional proprietário para o servidor, 1 licença de banco de dados proprietário, 15 licenças de sistema operacional para as estações e licenças de anti-virus para todas as estações.
Um trabalho conjunto entre GAC (Ciro Martins) e GTI (Ruben C.Macedo) para revisar o projeto, resultou na alternativa que foi apresentada e debatida com o Procon (M.Izabel Verni de Castro), sendo aprovada pelo seu Coordenador Algaci Tulio. Essa alternativa transferiu a aplicação para as dependências da Celepar, liberando de imediato um dos servidores. Mas a principal mudança foi a utilização de software livre tanto no servidor, quanto no gerenciador de banco de dados quanto nas estações. Note-se que para o usuário final do PROCON nenhuma diferença haverá, já que o sistema que vai dialogar com as pessoas é o mesmo em ambos os casos, é o que está sendo feito pela Celepar. Apenas camadas internas do software é que estão sendo modificadas.
Feita a mudança deixando-se de comprar todas as licenças originalmente necessárias e incluindo-se ainda os anti-virus, que ainda não contam com soluções em software livre que sejam confiáveis, chegou a hora de refazer a quantidade de estações e comprar mais algumas com o dinheiro que sobrou das licenças não compradas.
Até a equipe de projeto se assustou com o número encontrado. Com os mesmos R$ 110.000,00 está sendo possível comprar 42 estações de trabalho ao invés das 15 originais. Veja lá, leitor, não são duas ou três estações a mais. O número simplesmente quase triplicou. É por isso que a idéia de software livre entusiasma e contagia.
PS: este texto foi escrito usando Open Office 1.0.3, que é livre, pode ser copiado e usado, e funciona!