Um Agradecimento
Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro- GAC
Foi no dia 10/04, segunda-feira: chegou ao fim uma caminhada de 10 anos. Em fevereiro/91, afastei-me em ½ período para voltar a estudar, fazendo o mestrado em Informática Industrial aqui em Curitiba, no CEFET.
Por 18 meses a rotina foi essa: aula pela manhã e CELEPAR à tarde. Em 93, mãos a obra para a dissertação, que foi apresentada e aprovada com louvor em outubro/93. Hoje, pode-se dizer que os 6 anos que se passaram desde então, obsoletaram completamente o que lá se estudou. Ela era um modelo que previa modalidades de downsizing. Palavra da moda naquela época. Tanto que a dissertação foi julgada importante e publicada em 94 pela Editora Campus, na forma de livro (deu para comprar umas cervejas). Foram palavras ao vento, hoje não valem nada, a tecnologia mudou, as plataformas são outras, azares de estudar algo volátil como a informática...
Terminado o mestrado em outubro/93, tomei gosto pelo estudo e 10 dias depois inscrevia-me no doutorado em Engenharia Elétrica na UFSC, em Floripa. A escolha não foi acidental e não teve nada a ver com as 42 praias de lá; na época não havia doutorado em Curitiba, só em Floripa e São Paulo: aí não há dúvida sobre o que escolher, não é?
O doutorado é mais complicado que o mestrado: enquanto lá deve-se apenas estudar um problema em profundidade, aqui há que se fazer uma contribuição inédita para a ciência mundial.
Mais um afastamento, agora total, de 20 meses, com mudança de mala e cuia para a ilha, começando em fevereiro/94.
Os créditos do mestrado foram reaproveitados todos e os que faltaram foram terminados rapidinho, no início de 95 estavam cumpridos.
A partir de 96 começa o estudo de um problema cabeludo denominado "inversão magnetotelúrica". Só a especificação matemática ocuparia várias páginas, mas em rápidas palavras é a tentativa de descobrir o que está embaixo da terra, no subsolo (água? petróleo? platina?) sem ter que dar uma só enxadada, apenas a partir de medidas do campo eletromagnético da terra medido na superfície.
Este problema já era conhecido e resolvido. A inovação foi o uso da Computação Evolutiva para revolvê-lo. A CE é uma técnica nova (uns 10 anos) que usa o modelo de evolução darwinista para resolver problemas. O modelo é a vida biológica: ninguém sabe como começou e para onde vai, mas ela progride século a século, milênio a milênio, disso não há dúvida. É só reproduzir isso tudo dentro do computador. Parece complicado, mas não é muito. Requer apenas um bocado de máquina.
Estimo ter gasto cerca de 4.500 horas de computador. Se esta tese tivesse sido feita há 15 anos, quando uma hora de máquina custava uns 1.000 dólares, só a tese teria custado quase 5 milhões de verdinhas. Ufa, do que me livrei!
Ainda no capítulo de consumo, fiz as contas: foram 76 viagens de Curitiba para Florianópolis e 26 de Curitiba para São José dos Campos, cidade na qual está o INPE e a UNIVAP, sede do Grupo PINGA – Problemas Inversos usando Genetic Algoritms, onde um grupo de pesquisadores faz um estudo mais amplo e no qual a tese se insere, resultando um total aproximado de 72.000 Km pela estrada "maravilhosa" que liga SP a Floripa. Conforme previsão que fiz em 1995, eu pegaria toda a encrenca da duplicação. A inauguração da estrada duplicada viria no dia seguinte a da minha defesa: errei por alguns meses apenas.
Bom, seja como for, a coisa ficou pronta.
A UFSC exige um monte de coisas: suficiência em 2 línguas (inglês e francês), publicação da tese em, no mínimo, 2 congressos internacionais, além de um pré-exame de qualificação.
Tudo foi cumprido no prazo. Os congressos foram 3: um de CE no Japão, outro de Engenharia em Washington e um terceiro de Computação na Flórida, além do que em breve sairá um livro em inglês de problemas inversos pela Editora Morgan Kaupfmann de NY-USA e adivinhem qual será um dos capítulos? Ela mesma, a Inversão Magnetotelúrica com o capítulo escrito por este autor Celepariano.
No dia 10 de abril de 2000, estava lá a banca de 7 professores doutores prontos para a argüição: o relator, do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC (RJ), uma professora do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais - INPE, um da Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP, 3 da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e um professor alemão especialmente convidado: foi duro entender o homem. Feita a apresentação, rolaram as perguntas e os comentários. Tão rápido como começou terminou, vi-me cercado por gente sorridente cumprimentando-me como o mais fresco doutor das redondezas.
Ao longo desses 10 anos tive o apoio da CELEPAR. Como a CELEPAR somos nós, as muitas pessoas que por aqui passaram ou estão, abstenho-me de nomeá-las não por falta de merecimento, mas por risco de esquecer alguém que não esteja mais por aqui. Uso uma saída diplomática, agradeço uma vez só:
CELEPAR, MUITO OBRIGADO!
Foi no dia 10/04, segunda-feira: chegou ao fim uma caminhada de 10 anos. Em fevereiro/91, afastei-me em ½ período para voltar a estudar, fazendo o mestrado em Informática Industrial aqui em Curitiba, no CEFET.
Por 18 meses a rotina foi essa: aula pela manhã e CELEPAR à tarde. Em 93, mãos a obra para a dissertação, que foi apresentada e aprovada com louvor em outubro/93. Hoje, pode-se dizer que os 6 anos que se passaram desde então, obsoletaram completamente o que lá se estudou. Ela era um modelo que previa modalidades de downsizing. Palavra da moda naquela época. Tanto que a dissertação foi julgada importante e publicada em 94 pela Editora Campus, na forma de livro (deu para comprar umas cervejas). Foram palavras ao vento, hoje não valem nada, a tecnologia mudou, as plataformas são outras, azares de estudar algo volátil como a informática...
Terminado o mestrado em outubro/93, tomei gosto pelo estudo e 10 dias depois inscrevia-me no doutorado em Engenharia Elétrica na UFSC, em Floripa. A escolha não foi acidental e não teve nada a ver com as 42 praias de lá; na época não havia doutorado em Curitiba, só em Floripa e São Paulo: aí não há dúvida sobre o que escolher, não é?
O doutorado é mais complicado que o mestrado: enquanto lá deve-se apenas estudar um problema em profundidade, aqui há que se fazer uma contribuição inédita para a ciência mundial.
Mais um afastamento, agora total, de 20 meses, com mudança de mala e cuia para a ilha, começando em fevereiro/94.
Os créditos do mestrado foram reaproveitados todos e os que faltaram foram terminados rapidinho, no início de 95 estavam cumpridos.
A partir de 96 começa o estudo de um problema cabeludo denominado "inversão magnetotelúrica". Só a especificação matemática ocuparia várias páginas, mas em rápidas palavras é a tentativa de descobrir o que está embaixo da terra, no subsolo (água? petróleo? platina?) sem ter que dar uma só enxadada, apenas a partir de medidas do campo eletromagnético da terra medido na superfície.
Este problema já era conhecido e resolvido. A inovação foi o uso da Computação Evolutiva para revolvê-lo. A CE é uma técnica nova (uns 10 anos) que usa o modelo de evolução darwinista para resolver problemas. O modelo é a vida biológica: ninguém sabe como começou e para onde vai, mas ela progride século a século, milênio a milênio, disso não há dúvida. É só reproduzir isso tudo dentro do computador. Parece complicado, mas não é muito. Requer apenas um bocado de máquina.
Estimo ter gasto cerca de 4.500 horas de computador. Se esta tese tivesse sido feita há 15 anos, quando uma hora de máquina custava uns 1.000 dólares, só a tese teria custado quase 5 milhões de verdinhas. Ufa, do que me livrei!
Ainda no capítulo de consumo, fiz as contas: foram 76 viagens de Curitiba para Florianópolis e 26 de Curitiba para São José dos Campos, cidade na qual está o INPE e a UNIVAP, sede do Grupo PINGA – Problemas Inversos usando Genetic Algoritms, onde um grupo de pesquisadores faz um estudo mais amplo e no qual a tese se insere, resultando um total aproximado de 72.000 Km pela estrada "maravilhosa" que liga SP a Floripa. Conforme previsão que fiz em 1995, eu pegaria toda a encrenca da duplicação. A inauguração da estrada duplicada viria no dia seguinte a da minha defesa: errei por alguns meses apenas.
Bom, seja como for, a coisa ficou pronta.
A UFSC exige um monte de coisas: suficiência em 2 línguas (inglês e francês), publicação da tese em, no mínimo, 2 congressos internacionais, além de um pré-exame de qualificação.
Tudo foi cumprido no prazo. Os congressos foram 3: um de CE no Japão, outro de Engenharia em Washington e um terceiro de Computação na Flórida, além do que em breve sairá um livro em inglês de problemas inversos pela Editora Morgan Kaupfmann de NY-USA e adivinhem qual será um dos capítulos? Ela mesma, a Inversão Magnetotelúrica com o capítulo escrito por este autor Celepariano.
No dia 10 de abril de 2000, estava lá a banca de 7 professores doutores prontos para a argüição: o relator, do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC (RJ), uma professora do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais - INPE, um da Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP, 3 da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC e um professor alemão especialmente convidado: foi duro entender o homem. Feita a apresentação, rolaram as perguntas e os comentários. Tão rápido como começou terminou, vi-me cercado por gente sorridente cumprimentando-me como o mais fresco doutor das redondezas.
Ao longo desses 10 anos tive o apoio da CELEPAR. Como a CELEPAR somos nós, as muitas pessoas que por aqui passaram ou estão, abstenho-me de nomeá-las não por falta de merecimento, mas por risco de esquecer alguém que não esteja mais por aqui. Uso uma saída diplomática, agradeço uma vez só:
CELEPAR, MUITO OBRIGADO!