Um olhar sobre a informática na educação

Autor: Luis Claudio Brito Patricio

 

A informática hoje em dia exerce um papel fundamental na educação. Uma prova disso é o grande investimento que o Governo do Paraná, em conjunto com a CELEPAR e demais órgãos, está fazendo nessa área. Para citar alguns dos projetos nesta área temos:

Dia-a-dia educação (<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>)

Portal de educação bastante abrangente, com áreas específicas para alunos, educadores, escolas e comunidade, que possui não apenas conteúdo de cunho didático-pedagógico, mas também orientações para os pais, fomento à produção intelectual dos professores e muitos outros serviços.

Projeto Paraná Digital

Projeto de grande porte que pretende interligar todas as escolas públicas do Estado do Paraná.

NetEscola.

Serviço de hospedagem gratuita de páginas das escolas estaduais. Apesar da responsabilidade de produção, manutenção e atualização ser da escola, existe uma estrutura de apoio com notícias, perguntas mais freqüentes e outros serviços.

Telecentros

Consiste na inclusão digital das zonas menos favorecidas, por meio de centros de acesso gratuito à Internet para toda comunidade com o slogan: “Quem sabe usa, quem não sabe aprende”. Apesar de não fazer parte integrante da escola, não deixa de ser um projeto de caráter educativo.

Toda essa preocupação é de fundamental importância para o país, afinal de contas, sem educação não há desenvolvimento. Entretanto, é essencial que a comunidade como um todo (alunos, pais, professores, escola e dirigentes), participe desse processo de forma consciente. Em primeiro lugar é necessário compreender: a)como a informática pode ser aplicada de forma eficiente; b)que objetivos pretende-se alcançar; c)qual a sua relevância para a educação.

Na minha visão pessoal, podemos analisar a presença da informática na educação (I.E.) em três dimensões.

A divisão a seguir é meramente ilustrativa.

Dimensão A:

Quanto ao público-alvo.

- Aluno
- Professor
- Instituição de Ensino

A I.E. tem como preocupação principal o aluno. Porém, o professor e a escola também obtêm muitos benefícios diretos e indiretos.

Dimensão B:

Quanto à função.

- Didático-pedagógica
- Sócio-cultural
- Automatização

Além de auxiliar nos estudos, a informática pode ser aplicada na integração entre os alunos e no estímulo ao aprendizado, posto que constitui um meio bastante natural para os alunos hoje em dia. A integração das escolas, a disponibilização de serviços via Internet e a criação de um canal de comunicação entre escola e família constitui uma ferramenta poderosa para a melhoria da qualidade do ensino.

Dimensão C:

Quanto às formas de aplicação.

- Ferramenta de apoio às disciplinas
- Ensino de informática
- Facilitador

Programas de cunho educativo ou mesmo os aplicativos de escritório comuns podem ser utilizados como instrumentos de ensino em sala de aula. O ensino de informática, propriamente dito, tem se tornado cada vez mais importante à medida em que a tecnologia passa a integrar nosso dia-a-dia, cada vez mais. Por fim, a informática pode não estar envolvida diretamente com a aula, mas constitui a infra-estrutura que facilita e suporta a educação.

Obviamente, existem outras formas de classificar o uso da informática na educação, contudo, os exemplos citados acima já demonstram a ampla aplicabilidade da informática no setor educacional. São citados a seguir alguns exemplos dessas aplicações que afetam a educação das mais variadas formas:

A necessidade de criar aplicativos com materiais atuais e não-repetitivos para estudantes é um grande desafio para os desenvolvedores de software. A simplicidade tem sido uma boa saída. Alguns programas são bons exemplos disso:

Conceptual Maps(1) (<http://cmap.ihmc.us/>)

Através de uma interface simples e direta é possível criar gráficos de relacionamentos ou mapas conceituais. Pode ser utilizado com crianças para mostrar os relacionamentos familiares, os deveres de cada um e assim por diante. Ou pode ser utilizado em empresas para definir os organogramas e fluxos de negócio. Outra característica é a possibilidade de disponibilizar os mapas via Internet. Inúmeras universidades possuem material para download. Além de ser grátis.

MicroMundos(2) (<http://www.microworlds.com>)

Consiste num ambiente simplificado de programação LOGO. Com uma extensa e expansível biblioteca de imagens e sons é possível com alguns cliques criar “programinhas” que testem a capacidade da criança em matemática, ciências e demais matérias, através de cenários animados.

Além de aplicativos específicos é possível utilizar programas do office (3) para ensinar a escrever corretamente, criar relatórios e montar apresentações, tornando a aula mais interessante.

Outra aplicação é a reciclagem e atualização de professores através da Internet (4). Existem hoje em dia alguns portais sobre teorias pedagógicas, sugestões de projetos escolares, cursos e demais conteúdos voltados para educadores. Podemos destacar a página da Universidade Federal de Santa Catarina (<http://www.inf.ufsc.br/~edla/mec/>) que possui uma coleção de livros em formato PDF que levantam questões importantes sobre a I.E. e apontam diversos caminhos para sua utilização.

Podemos citar também os sites de escolas que podem oferecer aulas on-line, tira-dúvidas, jogos educacionais, bate-papo entre alunos, área de acompanhamento de desempenho escolar para os pais (5) e outros.

Outros benefícios da informática são as redes (físicas) escolares. O acúmulo e disponibilização de material digital produzido nas escolas (6).

A figura 1 ilustra em que categorias os seis exemplos acima se encaixam nas três dimensões mencionadas sobre o uso da informática na educação.

Com base em informações como essas é possível, a partir daí, traçar um plano de ação de acordo com as necessidades de cada escola, seja aproximar os pais da escola ou capacitar professores ou diversificar as aulas. Algumas soluções são custosas ou necessitam de conhecimento técnico especializado, mas bastante coisa pode ser realizada, mesmo com baixo orçamento, se for feita de forma consciente.

Mudanças exigem um grande esforço mas são inevitáveis e indispensáveis. Um ponto que não deve ser esquecido é que todo esse aparato tecnológico representa apenas um conjunto de recursos adicionais que podem ser empregados no processo educacional, e como tal não podem substituir o papel primordial do educador, nem atuar como elemento definidor do processo. Ele é apenas um meio, não o fim.