A saga do Pneu
Esta ocorreu com uma colega nossa.
Saída para o almoço, uma certa pressa, entra no carro somente para estacioná-lo em local seguro, pois pretendia caminhar até o local do almoço. A amiga, que ia junto, já havia insistido para que fossem a pé, mas era muito importante "conservar" o veículo em perfeitas condições. Vai que aparece algum desocupado e acaba riscando o carro.
Não é que havia uma garrafa quebrada no asfalto, e um dos pneus furou completamente em instantes? Toca levar ao borracheiro, que todos nós sabemos fica a meia quadra da CELEPAR.
Pois a nossa amiga estava um pouco desligada e acabou entrando direto na oficina de conserto de escapamentos. O pessoal, vendo a situação, e muito solícito, se propõe a chamar o borracheiro para fazer o conserto ali mesmo. Como o serviço ia demorar um pouco, a amiga foi dispensada, e a nossa protagonista ficou para aguardar o conserto do pneu.
Quando o borracheiro tenta abrir o porta-malas, cadê a chave do carro? Procura daqui e dali, por todo o carro, na bolsa, e nada... Então a nossa colega imagina que deve ter deixado a chave com a amiga, pois esta havia recebido algumas incumbências da dona do carro ao ser dispensada.
O jeito, então, é chamar o chaveiro para abrir o porta-malas. Aliás, se depender da nossa amiga e sua família, este chaveiro, velho conhecido de outras peripécias, terá sempre serviço garantido. Inclusive, na semana anterior, já havia "socorrido" o marido da mesma num outro surto de esquecimento. Porém, desta vez os seus préstimos foram dispensados já na chegada, porque minutos antes o borracheiro lembrou que os carros mais modernos têm um dispositivo ao lado do banco do motorista que aciona uma alavanca que abre o porta-malas sem necessidade da chave.
Tudo resolvido, então? Que nada. Quando a nossa amiga comprou o carro, quis transformá-lo num tremendo "bólido", e trocou as rodas por outras de liga leve. Menos o estepe. Portanto, os parafusos da roda de liga leve não se adaptavam ao pneu antigo, e esta, é claro, não sabia onde estavam os parafusos originais. O jeito era deixar o conserto para mais tarde, e ir embora, pois levaria mais tempo do que o normal.
Aí a nossa colega se abaixa para apanhar alguma coisa e sente um "cutucão" do lado. Não é que a danada da chave havia sido guardada no bolso, muito perto da cintura? Era um "mico" muito grande. O pessoal da borracharia, muito educado, teve de guardar o sorriso.
No final da tarde, era só pegar o carro e ir embora. Afinal, o que tinha de ser já havia sido.
Que nada! Só quando chegou em casa a nossa amiga percebeu que estava com o pisca-alerta ligado, quando deveria ter ligado o desembaçador, pois chovia muito ao sair da borracharia.
Creio que, afinal, o pessoal da borracharia pôde rir da seqüência de "micos" da freguesa.